A Agência Nacional de Frequências (ANFR) da França ordenou nesta terça-feira, 13, que a Apple interrompa as vendas do iPhone 12 sob alegações de que o dispositivo emite níveis elevados de radiação, superando os limites impostos pela União Europeia (UE). A decisão se dá após o celular ter falhado em dois testes de ondas eletromagnéticas que podem ser absorvidas pelo corpo promovidos pela instituição e um dia depois do lançamento do novo modelo da empresa, o iPhone 15.
A agência francesa avaliou 141 smartphones e chegou à conclusão de que o iPhone 12, no bolso e na mão, libera 5,74 watts de energia eletromagnética, absorvida por contato pelo portador. Quando na jaqueta ou em bolsas, o celular não ultrapassa o limite previsto pela UE, de até 4 watts.
Não se sabe ainda o porquê de ter sido apenas o modelo de 2020 o único a não superar os padrões da ANFR. O ministro do setor digital, Jean-Noël Barrot, adiantou à rádio France Info que o aparelho não prejudicará a saúde dos usuários, já que os testes registraram padrões inferiores aos limites sugeridos por estudos científicos, mas ressaltou que “regra é regra”.
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A declaração do ministro foi endossada por especialistas, como o diretor de física médica do grupo hospitalar britânico Royal Berkshire, Malcolm Sperrin. Ele disse que qualquer consequência à saúde é “improvável” e que o problema pode ser revertido através de uma atualização, que previna a exposição à radiação aos padrões recomendados, no dispositivo.
Apesar da ausência de explicações sobre a alta incidência no iPhone 12, Sperrin acredita que “pode estar associada ao estágio inicial da conexão, quando o telefone está ‘procurando’ um sinal de transmissão/recepção”.
A agência, por sua vez, solicitou a Apple que “implemente todos os meios disponíveis para corrigir rapidamente esse mau funcionamento”. Caso o pedido não seja acatado, a gigante de tecnologia precisará recolher os IPhone 12 já vendidos.
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Em resposta, a empresa americana destacou que o aparelho recebeu múltiplos certificado de órgãos internacionais e está em conformidade com todos os regulamentos relacionados à radiação ao redor do globo. A empresa informou, ainda, que enviou para a agência francesa resultados de laboratórios, tanto próprios quanto terceirizados, que atestam a regularidade do celular. A Apple, inclusive, anunciou o iPhone 15 nesta terça-feira, 12.
Os smartphones foram considerados “possivelmente” cancerígenos por uma das pastas da Organização Mundial de Saúde, estando na mesma categorias do café e do pesticida DDT. A entidade indica, contudo, que a radiação dos celulares não danifica diretamente o DNA humano, como no caso dos raios X e da luz ultravioleta.