França e Alemanha anunciam novas medidas para conter avanço de Covid-19
Outros países da Europa seguem trajetória parecida, como a Bélgica, onde número de internações já ultrapassou início da pandemia, em março
Para conter o avanço acelerado da pandemia de Covid-19, França e Alemanha anunciaram nesta quarta-feira, 28, novos endurecimentos nas medidas de saúde e de restrições sociais, seguindo exemplo de outros países da Europa, como a Itália.
Na França, onde dois terços dos habitantes já estão sob toque de recolher noturno, o presidente Emmanuel Macron anunciará à noite novas medidas que se antecipam impopulares, afirmou uma fonte ministerial à agência AFP, como um eventual novo confinamento.
As decisões serão “difíceis”, admite o governo, mas o confinamento seria menos estrito que o praticado no início da pandemia, pois escolas e os serviços públicos permanecerão abertos.
O temor principal é de um colapso dos Centros de Terapia Intensiva (CTIs), que já estão com mais da metade dos 5.800 leitos ocupados, em um país que registrou o recorde de 50.000 infecções em apenas um dia. No balanço total, a França tem 35.000 mortes e um milhão de casos de covid-19.
Também pressionada, a Alemanha anunciou o fechamento por um mês de bares, restaurantes e centros esportivos e culturais, em uma proposta discutida nesta quarta-feira pelo governo de Angela Merkel. A chanceler, de acordo com a imprensa local, tem se mostrado favorável a um novo confinamento “mais leve”, que não inclui o fechamento das escolas.
As restrições, anunciadas nesta quarta-feira, vão até o final do mês.
Com quase 11.000 mortes, a Alemanha está melhor que França, Espanha ou Itália. Mas as novas infecções atingiram um recorde, com quase 15.000 em apenas um dia.
“Devemos tomar decisões rápidas e firmes para romper esta segunda onda de contaminação”, disse o vice-chanceler Olaf Scholz.
As reuniões podem ter no máximo 10 pessoas de duas famílias diferentes. No entanto, escolas e lojas podem permanecer abertas. Todas as competições esportivas profissionais serão realizadas a portas fechadas, enquanto os esportes amadores estão proibidos.
Para aliviar o choque econômico nos setores afetados, o governo destinará até 10 bilhões de euros.
Outros países da Europa estão em uma trajetória parecida, como a República Tcheca, onde um toque de recolher noturno entrará em vigor nesta quarta-feira.
Na Bélgica, o número de internações pelo novo coronavírus já ultrapassou do início da pandemia, em março. Na terça-feira, o país de 11,5 milhões de habitantes registrou 689 novas internações, quebrando o recorde histórico de 629, estabelecido em 28 de março. Consequentemente, são 5.554 pacientes com Covid em hospitais belgas, número muito próximo do máximo registrado em 6 de abril (5.759 pessoas), segundo dados do instituto belga de saúde pública Sciensano.
Em protesto às medidas, milhares de italianos saíram às ruas na segunda-feira à noite, com incidentes violentos em Milão e Turim, as duas grandes cidades do norte do país, afetadas pela crise de saúde no início da pandemia. O governo italiano impôs um toque de recolher em várias áreas importantes, com fechamentos de bares e restaurantes às 18H00 e o fechamento total de academias, cinemas e salas de concertos.
Na Espanha, vários médicos do serviço público iniciaram na terça-feira uma greve nacional, a primeira em 25 anos, para exigir mais reconhecimento.
(Com AFP)