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França chama seu embaixador na Itália por provocações ‘sem precedentes’

Vice-primeiros-ministros italianos de extrema direita atritam com Paris ao apoiarem as manifestações dos coletes amarelos

Por Da Redação
Atualizado em 7 fev 2019, 16h18 - Publicado em 7 fev 2019, 14h31

O governo da França convocou para consultas em Paris nesta quinta-feira, 7, seu embaixador na Itália depois de uma série de “declarações desmedidas” e de “ataques sem fundamento” e “sem precedentes” de líderes italianos. Na diplomacia, a convocação do embaixador à sua capital indica a profunda insatisfação de seu governo com o país onde o representa.

“Há vários meses, a França tem sido alvo de repetidas acusações, ataques infundados, declarações ultrajantes que todo mundo conhece e pode ter em mente”, disse, em comunicado, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês, Agnès von der Mühll.

“Isso é sem precedentes desde o fim da guerra (…) A última interferência é uma provocação adicional e inaceitável”, acrescentou.

Os dois vice-primeiros-ministros da Itália, Matteo Salvini, do partido de direita Liga, e Luigi Di Maio, do movimento populista Cinco Estrelas (M5E), provocaram o presidente francês Emmanuel Macron com iniciativas relativas à imigração e às manifestações, na França, dos “coletes amarelos”.

Na terça-feira 5, Di Maio reuniu-se com membros dos coletes amarelos, manifestantes mobilizados por várias semanas contra políticas do governo Macron. A iniciativa foi a gota d’água para o governo francês. Na véspera, a chancelaria francesa classificara o encontro como uma “nova provocação inaceitável entre países vizinhos e sócios dentro da União Europeia”.

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“Di Maio, que tem responsabilidades governamentais, deve velar por não afetar com suas repetidas ingerências as nossas relações bilaterais, tanto pelo interesse da França como da Itália”, acrescentara a chancelaria.

Apoio aos manifestantes

No início de janeiro, Di Maio já havia dado seu apoio aos coletes amarelos. “Não cedam!”, havia dito no blog do M5E, um movimento antissistema criado em 2009 para rechaçar a classe política italiana.

O movimento dos coletes amarelos protesta desde meados de novembro devido aos baixos salários, à pressão fiscal e em defesa do poder aquisitivo. O grupo tem simpatizantes da extrema direita entre seus seguidores. Embora profundamente dividido, continua se manifestando todos os sábados, em Paris e outras cidades, há 12 semanas.

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Além do desentendimento em relação aos coletes amarelos, França e Itália vem se enfrentando em outras questões desde que a coalizão entre o M5E e a Liga assumiram o governo de Roma, em junho de 2018. Principalmente, em temas relacionados à imigração.

Paris criticou o governo italiano por se recusar a deixar barcos de resgate com imigrantes a bordo desembarcarem em seu território. Di Maio acusou os próprios franceses de impedirem a entrada de refugiados.

Em janeiro, a França convocara o embaixador da Itália pela primeira vez depois que Salvini, que também é ministro do Interior, disse que Paris “nunca parou de colonizar dezenas de estados africanos”. Também no mês passado, Salvini acusou a França de abrigar 14 “terroristas” procurados pela Itália, depois que Cesare Battisti foi extraditado.

(Com AFP e Reuters)

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