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França abre os arquivos de sua colaboração com a Alemanha nazista

Somente em 1995 o governo francês reconheceu a responsabilidade do Estado na deportação de 80.000 judeus para campos de extermínio nazistas. Documentos eram sigilosos

Por Da Redação
30 dez 2015, 13h29
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  • A França derrubou um dos tabus sobre sua colaboração com a Alemanha nazista durante a II Guerra Mundial ao decidir pela abertura pública dos arquivos do regime colaboracionista de Vichy. “Acabamos com o medo do escândalo. Assumimos os fatos. Podemos entender melhor” o que aconteceu, aplaudiu o presidente da Associação dos Arquivos Nacionais, Gilles Morin, depois que o governo francês decidiu abrir quase todos os arquivos da polícia e da Justiça entre junho de 1940 e julho de 1944.

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    Durante esse período, a Alemanha nazista ocupou o norte da França, e o marechal Philippe Pétain liderou a “zona livre” a partir de Vichy, uma cidade no centro do país, onde estabeleceu uma política de colaboração com o ocupante, o que levou as autoridades locais a participar nos ataques maciços contra a população judaica. Essa política causou entre 10.000 e 15.000 mortes em território francês e 80.000 deportações de civis – sendo que menos da metade sobreviveu aos horrores dos campos de concentração nazistas.

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    Ainda durante a guerra, valendo-se das ações da resistência liderada pelo general Charles de Gaulle, a França se impôs do lado vencedor, conseguiu um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e integrou as tropas da aliança que derrotou a Alemanha. Na história francesa, o regime de Vichy é comumente descrito como “um parêntesis”, um período vergonhoso e desconectado da República Francesa.

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    Foi preciso esperar até 1995 para que o governo francês liderado por Jacques Chirac reconhecesse a responsabilidade do Estado na deportação de 80.000 judeus para campos de extermínio nazistas. “Este tempo passou. As gerações envolvidas na II Guerra Mundial já se foram. Não é mais uma questão política quente, podemos reabrir os arquivos sem risco”, afirma a historiadora Annette Wieviorka.

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    Foi o atual presidente, Francois Hollande, nascido depois da guerra, que anunciou a abertura dos arquivos em 8 de maio, durante o 70º aniversário do fim da II Guerra Mundial, para combater “as pragas que nos ameaçam: o revisionismo, a alteração da memória, o esquecimento”. Além do Estado francês, estima-se que entre 150.000 e 200.000 franceses foram “colaboradores diretos” e centenas de milhares de pessoas se “adaptaram confortavelmente” à situação, lembra Denis Peschanski, do Centro Francês de Pesquisa Científica (CNRS). Apesar deste avanço, a França segue sem previsão de abertura dos arquivos das guerras na Indochina e na Argélia – conflitos amplamente estudados em que o Exército francês praticou sistematicamente práticas de tortura contra prisioneiros, violando tratados internacionais.

    O ditador nazista Adolf Hitler posa diante da torre Eifel, em junho de 1940, logo após a ocupação da capital francesa
    O ditador nazista Adolf Hitler posa diante da torre Eifel, em junho de 1940, logo após a ocupação da capital francesa (VEJA)
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    (Da redação)

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