O Ministério da Defesa russo afirmou nesta segunda-feira, 13, que suas forças invadiram Vovchansk, cidade ucraniana na explosiva região de Kharkiv que faz fronteira com a Rússia.
O exército de Moscou disse ter avançado pela Ucrânia depois de uma ofensiva intensa iniciada na última sexta-feira 10, quando seus soldados lançaram um ataque surpresa no nordeste do país. Cerca de 100 quilômetros já foram capturados, segundo o ministério, incluindo pelo menos nove aldeias e assentamentos.
Já o exército ucraniano assegurou que os combates continuam e que está tomando medidas para conter o avanço inimigo, além de afirmar que ao menos 100 soldados russos morreram em apenas um dia. No entanto, reconheceu que a Rússia mobilizou “forças significativas”, de até cinco batalhões, e teve “sucesso tático” em sua última ofensiva, considerada um dos maiores ataques terrestres desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
“Negligência ou corrupção”
Autoridades de Vovchansk afirmaram que a população local foi alvo de ataques aéreos com “bombas planadoras”. Com superfícies aerodinâmicas, o equipamento é capaz de planar, ao invés de meramente percorrer uma trajetória balística, o que amplia seu alcance. Dados oficiais indicam que quase seis mil habitantes da cidade fugiram para Kharkiv, capital da região de mesmo nome.
Devido ao avanço dos soldados russos, o exército ucraniano recebeu críticas de seus próprios militares, que acusaram as defesas de estarem despreparadas. O comandante da Unidade Especial de Reconhecimento Ucraniana, Denys Yaroslavskyi, disse à emissora britânica BBC que as forças da Rússia adentraram a cidade de Vovchansk sem nenhuma resistência e que “não havia primeira linha de defesa”. Em um vídeo compartilhado por ele, o exército russo pode ser visto atravessando a fronteira sem grandes impedimentos.
“Ou foi um ato de negligência ou de corrupção. Não foi um fracasso. Foi uma traição”, disse Yaroslavskyi à BBC.
Ofensiva renovada
Em meio ao avanço russo, a Ucrânia lançou um míssil contra a cidade russa de Belgorod, que faz fronteira com o território ucraniano. Apesar da Rússia ter interceptado o ataque, os fragmentos do míssil atingiram prédios residenciais, matando 15 pessoas e ferindo outras 20, segundo autoridades russas.
Já no leste da Ucrânia, três pessoas morreram devido a um bombardeio contra uma zona industrial em Krasnodon, região que é controlada pela quase desde o início da invasão Rússia.
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