Líderes locais líbios reunidos em Murzuq, cidade ao sul de Trípoli, tornaram-se alvos de dois ataques de um drone operado pelas forças rebeldes no domingo, 4. Pelo menos 42 pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas, segundo a rede de televisão Al Jazeera. O governo da Líbia reconhecido pelas Nações Unidas responsabilizou os seguidores do general Khalifa Haftar pelo massacre.
Segundo Ibrahim Omar, representante do Conselho de Murzuq, os líderes locais haviam se reunido para um esforço de limar suas diferenças. Cerca de 200 estavam presentes. “Não havia pessoas armadas nem procuradas entre eles. Haftar bombardeou pessoas desarmadas”, afirmou Omar, ao pedir assistência humanitária ao local.
Em comunicado, o Exército Nacional Líbio (forças rebeldes de Haftar) afirmou não ter atacado civis, mas “combatentes do Chade”, uma referência aos integrantes da tribo de Tebu. Em junho, outro ataque dessas forças atingiu um centro de detenção de imigrantes e refugiados. Pelo menos 44 pessoas foram mortas.
O Exército Nacional Líbio está em campanha há quatro meses para tomar Trípoli. Autoridades do aeroporto de Mitiga informaram que, por muito pouco, um avião comercial com 124 passageiros escapou de ser alvo da artilharia dos rebeldes no domingo. O escritório das Nações Unidas em Trípoli condenou a tentativa de ataque no único aeroporto em funcionamento no país e apto a receber as ajudas em alimentos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os conflitos na Líbia provocaram as mortes de 1.100 pessoas e deixaram 5.750 feridos. Mais de 100.000 pessoas foram forçadas a deixar seus locais de origem. O país ainda vive os efeitos remanescentes da queda do ditador Muamar Kadafi, em 2011, e a disputa de poder por Trípoli.