Forças de Assad matam quase 100 em bombardeio a Homs
Em uma semana, cerco ao reduto da oposição já deixou cerca de 450 mortos
Bombardeada pelo Exército sírio com morteiros e foguetes desde a última sexta-feira, a cidade de Homs, principal reduto da oposição ao ditador Bashar Assad, enfrenta nesta quinta-feira a pior onda de ataques desde o início do cerco das forças de segurança do regime. De acordo com os oposicionistas Comitês de Coordenação Local (CCL), ao menos 95 pessoas morreram desde a madrugada, quando recomeçou a sangrenta ofensiva a Homs, que já contabiliza mais de 450 mortos em uma semana.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.400 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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Em comunicado, o grupo da oposição disse que médicos e ativistas estão no terreno e informaram que os contínuos bombardeios destruíram várias casas que ainda estavam ocupadas por seus moradores. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou a “brutalidade apavorante” do massacre, concentrado em bairros controlados por forças rebeldes.
Ali Hazuri, um médico que trabalha no bairro de Baba Amr, disse à rede BBC que os bombardeios recomeçaram ao amanhecer depois de terem sido interrompidos durante a noite. “Está chovendo bombas sobre nós e as forças do regime estão usando artilharia pesada”, relatou.
Mais repressão – Apesar de se concentrar em Homs, a repressão das forças de Assad matou nesta quinta-feira ao menos mais 10 pessoas no restante do país, de acordo com a rede de ativistas dos Comitês de Coordenação Local, principal fonte de informações sobre os conflitos na Síria uma vez que a imprensa internacional tem dificuldade para atuar no país.
O grupo opositor destacou que pelo menos três óbitos ocorreram em Maarat al Nuaman, na província nortista de Idlib, e quatro em Zabadani, nos arredores de Damasco. Do total de vítimas ao menos oito são menores, destacaram os Comitês.
Epicentro da revolta contra o regime de Assad, Homs teme agora que o Exército de Assad invada a cidade, deixando um rastro ainda maior de sangue. Segundo o secretário-geral da ONU, o fracasso em adotar uma resolução contra a Síria no Conselho de Segurança das Nações Unidas encorajou Damasco a dar “um passo à frente na guerra contra seu próprio povo”.
(Com agência EFE)