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Fome reduzirá menos do que o esperado para 2010

Este ano, deve haver 600.000 subnutridos a menos do que em 2009

Por Da Redação
13 out 2010, 13h47

“A redução da fome em 2010 é importante, mas insuficiente para a única região que está mais próxima de erradicá-la”

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) calcula que reduzirá em 600.000 pessoas o número de desnutridos na América Latina neste ano, na comparação com 2009, segundo relatório sobre segurança alimentar apresentado nesta quarta-feira na região. Contudo, o número total de famintos no mundo ainda deve ficar em torno de impressionantes 52,5 milhões de pessoas.

“A redução da fome em 2010 é importante, mas insuficiente para a única região que está mais próxima de erradicá-la”, disse o representante regional da FAO, José Graziano, ao apresentar o Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe 2010, que analisa as principais tendências da luta contra a fome na região.

Embora ele tenha classificado a projeção de “positiva”, lamentou que a América Latina e o Caribe se configurem como a única região no mundo onde as estatísticas permanecem inalteradas em comparação com o pico registrado em 2009, quando atingiu 53,1 milhões. Neste sentido, referiu-se à região da Ásia e ao Pacífico, onde a redução será de 80 milhões de pessoas este ano, e à região de África Subsaariana, onde deve haver uma contração de 12 milhões de desnutridos.

Culpados – Pelo estudo, divulgado em Santiago no Chile, o aumento dos preços dos alimentos internacionais a partir de 2006 e a crise financeira e econômica em 2009 são os principais fatores que explicam o aumento do quadro na região nos últimos anos. O representante regional explicou que, embora a América Latina seja apta para enfrentá-la, a crise econômica foi mais profunda do que inicialmente previsto e teve graves consequências no emprego e na renda das famílias mais vulneráveis, o que prolongou a crise alimentícia. Além disso, destacou o grande número de pessoas da região “que permanecem à margem da linha da pobreza” e que, após a crise, passaram a ser consideradas pobres, inclusive a falta de recursos financeiros dos governos para enfrentar a difícil conjuntura econômica.

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Os países que conseguiram distribuir melhor as situações de pobreza extrema e fome foram aqueles que contavam com instituições mais bem preparadas para implementar políticas anti-cíclicas, como Colômbia, Brasil e Peru e, em menor grau, Argentina e Chile. Outros países, no entanto, como o México, que são muito dependentes da economia americana, não conseguiram se recuperar do impacto da mudança climática na área, pois afetou as colheitas e consequentemente a volatilidade dos preços.

Estratégias – A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) prevê que a economia latino-americana crescerá este ano a um ritmo do 5,2 %, fortalecendo a recuperação iniciada no segundo semestre de 2009. Mesmo com a recuperação do crescimento econômico na região e, com isso, for possível reduzir a fome, o organismo prevê que o número de pessoas subnutridas permaneça alto nos próximos anos. Para combater a fome, a FAO sugere uma agenda de políticas públicas voltadas para segurança alimentar que vincule o crescimento econômico a inclusão social de médio prazo.

“Só aliando o crescimento econômico à inclusão social é possível obter resultados de longo prazo, que tenham um impacto mais profundo que as ações emergenciais”, declarou o Chefe da Subdireção de Assistência para as Políticas da FAO, Fernando Soto Baquero. O organismo da ONU alerta para a importância de revalorizar o papel da agricultura familiar no abastecimento de alimentos para que os países tenham mais autonomia em momentos de crise e sobre a necessidade de erradicar a desnutrição crônica infantil e a obesidade.

(Com agência EFE)

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