Filme retrata Maomé como um aproveitador
Produção só ganhou notoriedade na semana passada, quando versão em árabe foi parar na internet
A revolta de grupos religiosos na Líbia, que resultou na morte do embaixador dos Estados Unidos, J. Christopher Stevens, e de outras três pessoas ligadas ao serviço diplomático americano, foi causada por um filme que, segundo o jornal New York Times, foi postado no YouTube em julho, por um usuário que se identifica como Sam Bacile, e não chamou muita atenção até ser traduzido para o árabe e ser promovido pelo pastor Terry Jones, conhecido por queimar páginas do Corão.
Trata-se de Innocence of Muslims (A Inocência dos Muçulmanos, em livre tradução do inglês), uma produção de baixo orçamento que, em tom de pastelão, mostra Maomé como um aproveitador mulherengo que abusava de crianças. Há, ainda, cenas em que ele incita massacres. De acordo com o Wall Street Journal, um homem que disse ser Sam Bacile telefonou à redação. Ele se identificou como um californiano de origem israelense e afirmou que está escondido por questões de segurança. O autor da ligação disse ainda que queria, com o filme, mostrar a religião islâmica como odiosa. “O Islã é um câncer”, disse.
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Ele alegou também não saber quem traduziu o filme para o árabe. Segundo o entrevistado, a obra vai ajudar sua terra natal, Israel, a expor as falhas do Islã ao mundo. Para produzir o filme, o autor da ligação afirmou que levantou cerca de 5 milhões de dólares com 100 doadores judeus, que não quiseram se identificar. Ele explicou que o longa, que tem duas horas de duração, foi realizado em aproximadamente três meses e contou com a participação de 60 atores e de uma equipe de produção de 45 pessoas.