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‘Fechar a fronteira não interessa para nós’, diz lojista agredido em RR

Ataque a Raimundo Nonato de Oliveira foi estopim para a expulsão de imigrantes venezuelanos – essenciais para o comércio da cidade

Por João Batista Jr., de Pacaraima
Atualizado em 24 ago 2018, 18h50 - Publicado em 24 ago 2018, 18h12

Há dez anos, o comércio de cidade roraimense de Pacaraima, de 12.000 habitantes, era pacato. O dinheiro que circulava vinha do pequeno funcionalismo público e de duas atividades ilícitas: o garimpo ilegal de ouro e o contrabando de gasolina venezuelana.

Com o endurecimento do regime de Nicolás Maduro, com sucessivas restrições ao livre mercado, o aumento da pobreza e seu consequente colapso econômico, venezuelanos passaram a cruzar a fronteira rumo à cidade brasileira para suprir todo tipo de necessidade. Eles compram papel higiênico, sacola plástica, caderno, calça jeans, creme de barbear e antibióticos. Em seu país de origem, usam os produtos ou revendem.

A Rua Suapi, a mais movimentada de Pacaraima, tem mais carros com placas venezuelanas do que brasileiras. “Podemos falar que 80% do dinheiro que circula aqui vem dos vizinhos”, diz Dulce Cunha da Silva, de 59 anos, dona de uma loja de salgados e doces. O movimento comercial não condiz com o de uma cidade pequena, com grande fluxo de gente nas calçadas. Todos os lojistas aceitam o bolívar – a moeda venezuelana – alguns também recebem em gramas de ouro.

“Fechar a fronteira não interessa para nós, lojistas”, diz Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos, assaltado e espancado na última sexta 17. O caso dele foi o estopim para a expulsão de 1.200 venezuelanos da cidade. “Queremos segurança e que o governo atenda nossos problemas, como ter ambulâncias funcionando.”

Coincidência ou não, a Venezuela anunciou que poderá cortar o fornecimento de energia elétrica de Roraima a partir de setembro. A estatal Corpoelec deu prazo de noventa dias para receber uma dívida de 30 milhões de dólares pelo suprimento ao Brasil. Mais de dois terços do consumo de Roraima são atendidos pela importação do país vizinho.

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