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Fechando o cerco

A posse de Maduro serviu para o que ele não queria: dar voz à oposição e suscitar o repúdio internacional ao novo mandato

Por Maria Clara Vieira
Atualizado em 18 jan 2019, 07h00 - Publicado em 18 jan 2019, 07h00

A insistência de Nicolás Maduro em tomar posse como presidente da Venezuela em seu segundo mandato, neste começo de ano, amparado por uma votação manipulada em maio passado, teve consequência incômoda para o ditador: o repúdio de boa parte do mundo. A Organização dos Estados Americanos aprovou uma declaração de não reconhecimento do mandato, medida adotada também pelo Grupo de Lima, associação de países das Américas do Sul e do Norte. A União Europeia nem mandou representante. Na quarta 16, em visita ao Brasil, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, qualificou a posse de “escárnio à democracia”. “É um ditador que tenta se perpetuar no poder”, afirmou.

A indignação vinda de todos os lados deu novo ânimo à oposição, homiziada na Assembleia Nacional, instituição que Maduro destituiu de poder. Em cerimônia formal, os deputados declararam Maduro “usurpador”, elegeram um líder — Juan Guaidó, novato que vem se revelando uma força oposicionista — e o nomearam presidente interino. A medida não tem efeito prático, mas não passou em branco: em plena luz do dia, e diante de celulares que gravaram a cena, Guaidó foi removido de seu carro no meio da rua e ficou uma hora em poder da Sebin, a polícia secreta de Maduro.

Não se espera que o impulso oposicionista ou a rejeição mundial tenham efeito imediato sobre Maduro, que conta com apoio interno, sobretudo dos militares, e amparo financeiro da China e da Rússia. “A pressão internacional por si só não vai resolver a situação. Ao lado dela, é essencial a organização da oposição, que está dividida”, disse a VEJA o cientista político Félix Arellano, de Caracas. “Mas a ação mundial contra Maduro tem de ser mantida e fortalecida.”

Publicado em VEJA de 23 de janeiro de 2019, edição nº 2618

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