Uma guerrilheira capturada no sul da Colômbia, onde foram executados três policiais e um militar sequestrados pela FARC há mais de 12 anos, garantiu a um jornal local que a instrução era matar os prisioneiros se fosse detectada a presença das forças de segurança.
“Não tive nada a ver com isso, mas essa ordem foi dada”, declarou Sandra Velásquez (conhecida como “Rosalba”), capturada pelo exército nos combates que levaram ao assassinato dos reféns, em declarações divulgadas nesta terça-feira pelo jornal El Tiempo de Bogotá.
“Os sequestrados estavam desesperados e doentes”, contou Velásquez, que pode receber pena de 60 anos de prisão e aceitou, diante do Ministério público, as acusações de homicídio, sequestro extorsivo, terrorismo e rebelião.
Por outro lado, o Instituto Médico Legal informou que os quatro morreram por disparos a queima-roupa nas costas e que três deles apresentavam lesões na cabeça e no tórax.
Também foi comprovado que esses impactos foram produzidos a “uma distância menor de 1,50 metros”. Depois de destacar que, em todos os casos, os tempos da morte coincidem, o diretor do IML, Carlos Valdés, descartou que as feridas tenham sido causadas por fogo cruzado.
Depois dos enfrentamentos, no sábado, com uma facção das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, marxistas) em uma área de selva, na província de Caquetá (sul), militares encontraram os corpos de três policiais – o coronel Édgar Yesid Duarte, o major Elkin Hernández, o intendente Álvaro Moreno – e do sargento do exército, José Libio Martínez, refém mais antigo, sequestrado no dia 21 de dezembro de 1997. Um quinto refém, o sargento Luis Erazo, conseguiu fugir e agora se recupera em Bogotá.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, com 47 anos de luta armada, mantêm como reféns pelo menos 13 policiais e militares, que planejam trocar por alguns de seus 500 guerrilheiros presos na Colômbia e nos Estados Unidos, e um número indeterminado de civis.