Explosões coordenadas em vários pontos de Bagdá destruíram sete edifícios e mataram pelo menos 35 pessoas nesta terça-feira, segundo a polícia, elevando a mais de cem o número de vítimas fatais em atentados nos últimos cinco dias na área da cidade.
A onda de violência ocorre num momento de incerteza sobre quem formará o próximo governo, quase um mês depois de uma eleição parlamentar que não produziu um vencedor claro. As negociações para a formação de coalizões ainda podem levar vários meses.
No distrito de Alawi, no centro de Bagdá, equipes de resgate vasculhavam os escombros de um prédio de três andares, em busca de sobreviventes. “De repente, ouvimos uma grande explosão, e aí esse prédio desabou. Muita gente ainda está sob os destroços”, disse um homem no local. Uma fonte policial disse que, além dos 35 mortos, há 140 feridos. Já uma fonte do Ministério do Interior disse que eram 28 mortos e 75 feridos.
Al-Qaeda – O general Qassim al-Moussawi, porta-voz dos serviços de segurança da capital, atribuiu os ataques iniciados na última sexta-feira a remanescentes da Al Qaeda e a seguidores do ex-ditador Saddam Hussein e do seu proscrito Partido Baath. Moussawi estimou que havia 22 mortos e 134 feridos. “Estamos em um campo de batalha e temos de esperar qualquer tipo de ataque”, disse ele à TV estatal.
As explosões ocorreram nos bairros de Shula, Chukook (ambos na zona noroeste, com predomínio de xiitas), Al Shurta Al Rabaa (sudoeste, também xiita) e Alawi (centro, com população mista). Moussawi disse que especialistas em explosivos desativaram outras duas bombas deixadas em casas em Chukook.
No domingo, carros-bombas guiados por suicidas explodiram junto a embaixadas, matando 41 pessoas e ferindo mais de 200. Aparentemente, os alvos eram as embaixadas de Irã, Egito e Alemanha. Na sexta-feira, homens armados haviam matado 24 pessoas em uma aldeia ao sul de Bagdá.
As forças de segurança já previam um possível surto de violência depois das eleições de 7 de março, que refletiram as divisões sectárias do país. As duas principais coalizões – a multissectária Iraqiya, do ex-premiê Iyad Allawi, e a Estado de Direito, do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki, terminaram a apuração com apenas duas cadeiras parlamentares de diferença, sem maioria absoluta para nenhuma delas. Na última eleição parlamentar, em 2005, os políticos levaram cinco meses para definir o novo governo, e houve grande violência naquele período.
(Com agência Reuters)