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Ex-presidente Mubarak é condenado à prisão perpétua no Egito

O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, de 84 anos, que liderou o país durante 30 anos e foi derrubado na “Primavera Árabe”, foi condenado neste sábado à prisão perpétua pela sangrenta repressão de manifestantes durante a revolta de 2011. O ex-chefe de Estado, que compareceu em uma maca e com óculos escuros, apelará da decisão, anunciou […]

Por Por Inès Bel Aiba e Samer al-Atrush
2 jun 2012, 14h49
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  • O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, de 84 anos, que liderou o país durante 30 anos e foi derrubado na “Primavera Árabe”, foi condenado neste sábado à prisão perpétua pela sangrenta repressão de manifestantes durante a revolta de 2011.

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    O ex-chefe de Estado, que compareceu em uma maca e com óculos escuros, apelará da decisão, anunciou à AFP seu advogado Yasser Bahr, que denunciou um veredicto “cheio de erros jurídicos”.

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    Mubarak, que era mantido antes da sentença em prisão preventiva em um hospital militar, foi levado imediatamente à ala médica da prisão de Tora, na periferia do Cairo, para cumprir a pena.

    Seu estado de saúde piorou quando chegou à prisão, segundo os meios de comunicação oficiais, que acrescentaram que o ex-líder precisou colocar uma máscara de oxigênio.

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    “Mubarak sofreu um agravamento surpreendente de sua saúde em sua chegada de helicóptero à prisão de Tora”, indicaram a televisão e a agência oficial Mena, sem fornecer maiores detalhes.

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    O ex-presidente negou-se, em prantos, a deixar o helicóptero quando chegou à prisão, e um membro das forças de segurança precisou convencê-lo, indicou um funcionário dos serviços de segurança.

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    Primeiro líder derrubado pela “Primavera Árabe” a comparecer diante de um juiz, Mubarak declarou-se inocente no início do julgamento, que começou no dia 3 de agosto de 2011.

    O ex-líder egípcio escapou da pena de morte, que havia sido pedida pela promotoria, e também foi absolvido em um dos casos de corrupção.

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    Seu ex-ministro do Interior, Habib el-Adli, também julgado pela morte de cerca de 850 pessoas durante a revolta popular de janeiro e fevereiro de 2011, recebeu a mesma sentença, enquanto seis funcionários de alto escalão dos serviços de segurança foram absolvidos.

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    A Irmandade Muçulmana, maior força política do Egito, convocou neste sábado manifestações para protestar contra as seis absolvições.

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    “Se os chefes da polícia são inocentes, então quem matou os manifestantes?”, disse à AFP um membro do alto escalão da Irmandade Muçulmana, Mahmud Ghozlan, acrescentando que o grupo convocava manifestações em todo o Egito.

    Já o ex-primeiro-ministro de Mubarak e candidato à Presidência egípcia, Ahmad Shafiq, afirmou que as decisões da justiça “devem ser aceitas”, informou a agência Mena.

    O caso envolve os “egípcios, seus sistema judicial e seu governo”, comentou a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, que se negou a avaliar a condenação de Mubarak.

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    O tribunal também não condenou os dois filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, julgados ao mesmo tempo por corrupção, ao considerar que os crimes prescreveram, declarou o presidente do tribunal, o juiz Ahmed Rifaat.

    Alaa e Gamal Mubarak, vestidos com a roupa branca dos prisioneiros, tinham um semblante sério e os olhos marcados pelas olheiras.

    Os dois ficaram com os olhos marejados após a leitura do veredicto.

    No entanto, ainda enfrentam outro julgamento, que deve ter início em breve, por um caso de corrupção relacionado com a Bolsa de Valores.

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    Após a sentença, foram registrados confrontos na sala do tribunal, nos arredores do Cairo.

    “O povo quer que a justiça seja limpa!”, gritaram alguns advogados, furiosos após a absolvição de seis autoridades de segurança e o anúncio da prescrição dos crimes contra Alaa e Gamal Mubarak.

    Alguns advogados dentro da sala disseram à AFP que temiam que Mubarak e Adli fossem declarados inocentes em segunda instância.

    O juiz Rifaat disse ter tomado sua decisão com “a consciência tranquila”.

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    Teve palavras muito duras para a situação do Egito durante os trinta anos de governo de Mubarak, ao fazer referência à pobreza da população.

    Também homenageou os manifestantes que se revoltaram contra o regime no início do ano passado.

    “Eles se dirigiam à Praça Tahrir pacíficos, só pediam justiça, liberdade, democracia”, afirmou.

    A audiência ocorreu em meio a fortes medidas de segurança.

    Em frente ao tribunal, cerca de vinte familiares das vítimas, procedentes de Alexandria, exibiam retratos de seus “mártires”.

    O veredicto foi comunicado em meio ao processo para designar o sucessor do presidente deposto, em eleições pluralistas que contrastam com as votações decididas de antemão que permitiram ao ex-líder se manter no poder durante três décadas.

    No segundo turno, nos dias 16 e 17 de junho, se enfrentarão Mohammed Mursi, da Irmandade Muçulmana, e o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq.

    Ex-chefe da Força Aérea egípcia e depois vice-presidente de Anwar al-Sadat, Mubarak tomou as rédeas do país mais populoso do mundo árabe – 82 milhões de habitantes – após o assassinato de Sadat, em 1981.

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