Ex-presidente da Coreia do Sul é libertada da prisão após quase 5 anos
Presa em 2017 por corrupção envolvendo grandes empresas, Park Geun-hye recebeu perdão especial em possível jogada política da oposição
A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, teve sua liberação da prisão concedida nesta sexta-feira, 31, quase cinco anos após ser condenada por corrupção a 32 anos de detenção. Ela recebeu um perdão especial concedido pelo atual presidente, Moon Jae-in, que citou a saúde frágil da política de 69 anos, alimentando rumores de se tratar de uma jogada política visando enfraquecer a oposição nas próximas eleições.
Moon justificou o perdão como uma intenção de “superar nosso passado infeliz e promover a unidade nacional”. Park Geun-hye sofre de dores crônicas e está internada em um hospital em Seul, onde permanece mesmo após ser oficialmente libertada.
A próxima disputa presidencial, marcada para 9 de março de 2022, deve ser acirrada entre o partido de Moon Jae-in, o Democrata, de centro-esquerda, e Partido do Poder do Povo, de direita, apoiado por Park Geun-hye. A libertação teria o objetivo de desmobilizar os frequentes e massivos protestos da oposição pela libertação de Park.
Park ficou três anos no cargo e foi afastada em 2016 em um processo de impeachment movido por denúncias de corrupção que envolveram grandes empresas do país, como a Samsung.
Ela foi acusada de persuadir grandes conglomerados de empresas a pagar dezenas de milhões de wons a duas fundações controladas por sua amiga íntima Choi Soon-il, que também está presa. Em março de 2017, Park foi presa e condenada a 24 anos de reclusão. Em 2018, teve pena ampliada em mais oito anos por abuso de fundos estatais e violação das leis eleitorais.
Funcionários do Ministério da Justiça entregaram o perdão a Park no hospital onde ela está hospedada por um mês à meia-noite de quinta-feira, informou a agência de notícias local Yonhap. Seu advogado disse que Park agradeceu ao presidente Moon por tomar uma “decisão difícil”.
Centenas de apoiadores de Park e do partido conservador enfrentaram temperaturas congelantes para comemorar sua libertação, diante do hospital, com mais de 1.000 buquês de flores. Em contrapartida, cerca de 200 pessoas protestaram contra sua libertação no centro de Seul, segundo a Yonhap.
Park não deixou claro se deseja retomar a carreira política, mas em um livro de memórias recentemente divulgado expressou esperança de “encontrar o povo novamente um dia”.