Uma associação de ajuda ao povo sírio processou em Paris por crimes de guerra o ex-ministro sírio da Defesa, Mustapha Tlass, pilar do regime de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que estaria na França há alguns dias, indicou a associação neste domingo à AFP.
A Associação Síria pela Liberdade, que se apresenta como uma ONG de ajuda humanitária ao povo sírio, considera que Mustapha Tlass, poderoso ministro da Defesa do país de 1972 a 2004, “é co-responsável por vários crimes de guerra, como o massacre na cidade de Hama em 1982”, que deixou entre 20 e 40.000 mortos.
“Depois que soubemos de sua presença recente na França, quisemos aproveitar esta oportunidade para processá-lo e fazer com que fosse julgado na França por crimes de guerra, torturas, violência sexual, desaparecimentos e outras violações dos direitos humanos”, indicou a ONG no texto de sua queixa registrada na sexta-feira no tribunal de alta instância de Paris.
A associação indica que há “uma lista de 300 pessoas (pessoas torturadas, famílias de desaparecidos, famílias de vítimas do massacre de Hama)” dispostas a testemunhar contra Tlass, entre elas 15 “franco-sírios”, o que possibilitaria a atuação da justiça francesa, indicou à AFP o presidente da ONG, Al Hanidi Abdelhnasser.
Segundo Abdelhnasser, Tlass, de 80 anos, não teria fugido da Síria, e vive na França por razões médicas e estaria na casa de sua filha Nahed Ojjeh, rica empresária e celebridade em Paris.