O Ministério da Justiça israelense anunciou nesta quarta-feira, 09, que o ex-ministro Gonen Segev se declarou culpado na acusação de espionagem a mando do Irã, país inimigo de Israel. Ele trocou a confissão por uma redução da pena, que deve ser de 11 anos de prisão.
A corte de Jerusalém marcou uma audiência para aprovar o acordo, no dia 11 de fevereiro.
Ministro de energia do país entre 1995 e 1996, Segev foi indiciado em junho. A Agência de Segurança de Israel (Shin Bet) declarou que ele foi recrutado pela inteligência iraniana enquanto vivia na Nigéria, em 2012. Desde então, ele oferecia informações sigilosas sobre o “mercado de energia e postos do serviço secreto de Israel”.
Em maio ele foi extraditado da Guiné Equatorial e detido no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv. Sua prisão foi anunciada apenas em 18 de junho e seu julgamento começou em julho, mas foi mantido em sigilo, com poucos detalhes sendo divulgados ao público. Durante depoimento, o ex-ministro esclareceu que estava sob uma ordem de silêncio imposta pelos iranianos.
O agora ex-ministro teria se reunido várias vezes com seus contatos iranianos, em diferentes países.
Segev, um médico, já havia sido preso em 2004 por tentar importar ecstasy para Israel, e deixou o país em 2007, logo depois de ser libertado. Ele tinha um cargo no governo do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, depois de deixar a extrema-direita e votar a favor do segundo acordo de paz de Oslo com os palestinos.
Israel vive um longo conflito com o Irã, que apoia grupos armados na faixa de Gaza e no Líbano. Os iranianos, por sua vez, acusam o Estado judeu de sabotar e assassinar cientistas envolvidos em seu programa nuclear.