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Ex-governador lança candidatura na Venezuela e enfurece oposição

Coalizão anti-chavista se recusa a participar do pleito como forma de protesto

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 16h51 - Publicado em 28 fev 2018, 18h48
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  • A coalizão opositora da Venezuela repudiou a decisão de um ex-governador de concorrer contra o presidente Nicolás Maduro nas eleições de abril, acusando-o nesta quarta-feira de minar sua estratégia de boicote à votação.

    Henri Falcón, ex-militar de 56 anos que rompeu com os governistas socialistas em 2010 e foi para a oposição, lançou sua candidatura na terça-feira desafiando a política da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) de não apresentar candidatos para isolar o atual presidente.

    “Com esta medida, Henri Falcón abandona a Unidade e o sentimento democrático do povo venezuelano”, disse a coalizão em uma série de tuítes revoltados. “Não podemos legitimar um sistema eleitoral fraudulento. Conclamamos os venezuelanos a continuarem lutando pela mudança democrática.”

    Os opositores afirmam que Maduro, de 55 anos, tem manipulado a votação presidencial de 22 de abril a seu favor fazendo com que seus rivais mais populares, Leopoldo López e Henrique Capriles, sejam impedidos de concorrer.

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    Líder de protestos linha-dura, López está cumprindo prisão domiciliar acusado de fomentar a violência em manifestações anti-Maduro ocorridas em 2014, e Capriles está proibido de ocupar cargos públicos por ter sido acusado de “irregularidades administrativas” quando era governador estadual. Ambos sustentam que as acusações foram fabricadas para afastá-los.

    Críticos também acusam as autoridades de distorcerem a disputa, controlando o Conselho Nacional Eleitoral pró-Maduro e inviabilizando a votação de centenas de milhares de venezuelanos no exterior.

    Nas eleições municipais de dezembro, representantes da MUD já haviam denunciado irregularidades. O partido de Maduro conquistou 23 dos 28 estados em disputa no pleito.

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    Falcón, porém, decidiu desafiar o presidente, a quem chama de “candidato da fome” devido à crise econômica grave do país, esperando se beneficiar da insatisfação generalizada com Maduro e o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

    Como tem raízes no chavismo, Falcón pode ter apelo com alguns apoiadores do governo, mas muitos também o veem como um traidor por ter passado para as fileiras opositoras oito anos atrás.

    Por outro lado, muitos simpatizantes da oposição também estão revoltados com Falcón por decidir concorrer, dizendo que ele se vendeu e que está sendo usado por Maduro para dar legitimidade a uma eleição fraudulenta.

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    Maduro vem sendo muito criticado por erodir os princípios democráticos. Ele diz que o sistema eleitoral da Venezuela é limpo e que é vítima de uma conspiração internacional de direita liderada pelos Estados Unidos para acabar com o socialismo e tomar o petróleo do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

    O país com população de 30 milhões de pessoas está perto de um colapso econômico, com inflação de mais de 2.000% no último ano e milhões sem o suficiente para comer.

    (Com Reuters)

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