Ex-diretor da CIA diz que ataque ao Irã pode esperar
Michael Hayden ainda destacou que Israel precisa da ajuda americana para realizar uma operação militar desse porte
O ex-diretor da Agência de Inteligência Americana (CIA), Michael Hayden, disse, em entrevista à imprensa israelense, que Israel não tem capacidade para lançar uma ofensiva contra Teerã sem a ajuda americana e destacou que uma ação desse tipo não precisa ser realizada agora, já que o programa nuclear iraniano não será capaz de desenvolver armas antes de 2013 ou 2014.
Hayden explicou ao jornal Haaretz que ele não subestima o potencial israelense, “mas geometria e física nos dizem que o programa nuclear iraniano seria um desafio difícil para qualquer força militar”. Ele acrescentou, ainda, que “não existe certeza absoluta de que todos os alvos (a serem atacados no Irã) são conhecidos”.
Na opinião do ex-diretor, é preciso mais de um ataque ao país para destruir seu programa nuclear e essa operação só poderia ser realizada pelos Estados Unidos. “Uma ação unilateral iria somente atrasar os iranianos por pouco tempo e os forçaria a fazer o que nós deveríamos impedir”, disse, referindo-se à criação de armamentos nucleares.
Ataque – O jornal israelense Yedioth Ahronoth publicou nesta segunda-feira que o governo dos Estados Unidos teria enviado uma mensagem ao Irã, por meio de mediadores europeus. De acordo com o “recado”, os EUA não apoiariam um eventual ataque por parte de Israel contra as bases nucleares iranianas contanto que o país não atrapalhasse suas atividades no Golfo Pérsico.
Segundo a publicação, que não revelou as fontes da matéria, a Casa Branca teria deixao claro a Teerã que, caso Israel decida atacar unilateralmente o país sem condenação prévia, Washington não o apoiaria. O porta-voz dos Estados Unidos em Israel não quis comentar a questão.
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Histórico – Israel considera o programa nuclear iraniano uma ameaça e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, insiste que as sanções internacionais impostas ao país não estão funcionando. Esta postura ampliou a distância entre o governo israelense e a administração de Barack Obama, que acredita que ainda há tempo para que o Irã modifique sua atitude. O país é acusado de tentar desenvolver uma arma atômica, versão negada pelas autoridades iranianas, que garantem que seu programa nuclear é civil, com finalidades pacíficas.
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(Com Agência EFE)