Sessenta eurodeputados de quinze países pediram aos membros da União Europeia (UE), em carta aberta, que não participem da Copa do Mundo na Rússia, por considerar que suas presenças fortaleceriam “o caminho autoritário e anti-ocidental” do presidente russo Vladimir Putin.
Os deputados, de diferentes grupos parlamentares, pediram para se juntar ao Reino Unido, que, após o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal, disse que não haverá representação britânica por parte da realeza nem dignitários no Mundial, e o governo da Islândia, que também não enviará representantes para a competição.
De acordo com a edição desta sexta-feira 20 do jornal alemão Bild, os europarlamentares estão empenhados em “levantar a voz em favor da proteção dos direitos humanos, dos valores democráticos e da paz”. Eles afirmaram que o ataque contra Skripal na cidade inglesa de Salisbury é apenas o “último episódio na contínua zombaria” de Putin aos valores europeus.
“Bombardeios indiscriminados a escolas, hospitais e áreas civis na Síria, invasão militar da Ucrânia pela força, pirataria sistemática, campanhas de desinformação, interferência em eleições, tentativas de desestabilizar a nossa sociedade e debilitar e dividir a UE… Tudo isto transforma a Rússia em um anfitrião pouco apropriado para o Mundial”, denunciam.
Os eurodeputados acreditam que o esporte pode contribuir para suspender “pontes metafóricas”, mas ressaltaram que enquanto Putin seguir destruindo “pontes reais na Síria” não se pode pretender que o Mundial da Rússia seja um evento esportivo.
“Enquanto Putin seguir ocupando a Crimeia ilegalmente, mantendo presos políticos na Ucrânia e apoiando a guerra no leste da Ucrânia, não podemos fingir que o anfitrião deste torneio é um amável vizinho”, advertem os parlamentares, que denunciaram “ameaças” a opositores e jornalistas.
Eles recordam ainda que apenas três dias após o término dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, Putin invadiu a Ucrânia — por isso, dizem, desta vez é preciso parar de incentivar “as graves violações aos direitos humanos” que a Rússia comete.
(Com EFE)