A agência de Execução de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) anunciou nesta segunda-feira, 6, que estudantes estrangeiros nos Estados Unidos serão obrigados a deixar o país se estiverem matriculados em cursos que forem ministrados integralmente à distância. A medida envolve os titulares de vistos F e M.
“Os alunos atualmente nos Estados Unidos matriculados nesses programas [operados integralmente online] devem sair do país ou tomar outras medidas, como transferir para uma escola com atividades presenciais para permanecer em status legal”, comunicou a ICE em seu site oficial.
“Caso contrário, eles podem enfrentar consequências de imigração, incluindo, entre outros, o início de um processo de remoção”, acrescentou.
Estudantes com visto M não poderão continuar nos Estados Unidos nem se a instituição em que estão matriculados estiver oferecendo aulas “híbridas”, tanto presencial quanto online. Em contrapartida, os estudantes com visto F têm o direito de permanecer no país nesse caso.
O visto F é dedicado a estudantes matriculados em uma instituição acadêmico de qualquer nível, do primário ao ensino superior, e até mesmo cursos de línguas. Já o visto M serve aos ingressos em cursos vocacionais e não acadêmicos.
Estudantes estrangeiros normalmente não têm o direito de permanecer nos Estados Unidos se estivessem matriculados em um curso integralmente online. As autoridades haviam estabelecido isenções à regra durante o segundo e o terceiro trimestre de 2020 em virtude da pandemia da Covid-19.
Como estão no hemisfério norte, as instituições de ensino nos Estados Unidos estão entrando no início das férias de verão. O próximo ano letivo deve se iniciar entre o final de agosto e o início de setembro.
A ICE não revelou quantos estudantes devem ser atingidos pela medida. Apenas em 2019, o governo americano emitiu 388.839 vistos F e 9.518 vistos M.
Algumas instituições, como a Universidade de Harvard, já anunciaram que todas as aulas do ano letivo de 2020-2021 serão ministradas à distância.
Esta não é a primeira vez que o governo do presidente, Donald Trump, restringe o acesso de estrangeiros a vistos durante a pandemia.
Em junho, Trump suspendeu por decreto a emissão de três tipos de vistos de trabalho, atingindo profissionais qualificados da indústria da tecnologia e executivos. O objetivo, segundo o governo, era proteger mais de 500.000 postos de trabalho.
Além disso, em maio, o presidente já havia paralisado também a emissão dos vistos de residência permanente, popularmente conhecidos como green card.
(Com Reuters)