O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou nesta segunda-feira, 22, um pacote de sanções contra uma companhia chinesa acusada de violar as restrições sobre a compra de petróleo iraniano. Esta decisão é a mais recente que Washington toma para pressionar a economia do Irã, devido às supostas atividades militares no Oriente Médio e a seu programa nuclear.
“Como parte dessa campanha de pressão máxima, eu anuncio que os Estados Unidos impõem sanções à empresa chinesa Zhuhai Zhenrong e a seu diretor-executivo, Yumin Li”, disse Pompeo em um discurso. “Eles quebraram a lei dos Estados Unidos, aceitando petróleo (do Irã)”, explicou.
Zhuhai Zhenrong e a refinaria estatal chinesa Sinopec são as maiores importadoras de petróleo iraniano dentro do país. Segundo a agência de notícias Bloomberg, a China importou cerca de 12 milhões de toneladas de petróleo provenientes do Irã nos primeiros cinco meses do ano.
“Nós sempre dissemos que todas as sanções seriam aplicadas”, porque “não podemos mais tolerar dinheiro chegando aos aiatolás, colocando em risco a vida de soldados, marinheiros, pilotos e fuzileiros navais americanos. É importante demais”, insistiu Pompeo.
O anúncio é feito no mesmo dia em que o governo iraniano alega que tem sob custódia 17 espiões americanos — condenando alguns à pena de morte —, algo que é negado pelo próprio presidente americano Donald Trump.
Desde a saída americana do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), em 2018, e o re-estabelecimento de sanções pré-acordo nuclear, as tensões na região do Golfo Pérsico vêm crescendo. Em dois meses, dois drones foram abatidos (um americano e outro iraniano, que Teerã nega ter sido derrubado) e vários petroleiros foram atacados na região, sendo que pelo menos três foram capturados pela Guarda Revolucionária Iraniana.