EUA irão responsabilizar Rússia por crimes de guerra cometidos em Kiev
Governo americano diz que bombardeios com drones 'kamikaze' na capital da Ucrânia mostram que Putin continua a demonstrar sua brutalidade
O governo dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira, 17, que irá responsabilizar a Rússia pelos “crimes de guerra” cometidos nos ataques feitos a cidades ucranianas com drones que terminaram com a morte de pelo menos quatro pessoas.
Em coletiva de imprensa na Casa Branca, a secretária de imprensa do presidente Joe Biden disse que “condena fortemente os ataques com mísseis da Rússia” e que a ação “continua a demonstrar a brutalidade de Vladimir Putin”, completando que os Estados Unidos continuarão a apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário.
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Na última sexta-feira, 14, o governo anunciou um pacote de ajuda militar no valor de 725 milhões de dólares, o equivalente a 3,8 bilhões de reais.
Em discurso à nação, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que houve novos ataques ao longo desta segunda e que alguns drones russos foram derrubados.
De acordo com a agência ucraniana Interfax, usuários no Telegram relataram explosões na cidade de Fastiv, nos arredores de Kiev, e no porto de Odessa, no sul do país. As forças russas também focaram em infraestruturas nesta segunda-feira, na segunda onda de bombardeios em uma semana.
O ministro do Interior ucraniano, Denys Monastyrskyi, disse que quatro pessoas morreram após os ataques em Kiev e que houve mortes em outras cidades, embora o número exato não tenha sido fornecido.
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Segundo o governo da Ucrânia, a ofensiva foi realizada por drones “kamikaze” fabricados pelo Irã, que voam até o alvo e explodem. Estados Unidos, França e Reino Unido afirmam que o fornecimento de drones iranianos à Rússia viola uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. No entanto, Teerã nega que esteja fornecendo esse tipo de armamento, enquanto o Kremlin optou por não comentar sobre o assunto.
Ao ser questionado pela Casa Branca, o governo iraniano repetiu a declaração emitida na última sexta-feira, 14, nas Nações Unidas, quando disse que apoia a defesa da Carta da ONU e suas tentativas para encontrar soluções pacíficas para o confronto.
Em contrapartida, vários ministros das Relações Exteriores da União Europeia insistiram para que novas sanções sejam aplicadas ao Irã pelo fornecimento dos drones. O ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, disse que o ataque massivo foi feito com armas de alta precisão e teve foco em alvos militares e de infraestrutura de energia.
Apesar das acusações por parte do governo ucraniano desde o começo da guerra, o Kremlin nega veementemente que tem como foco alvos civis e acusa a Ucrânia de bombardear mais de uma vez a região onde está a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa.
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Também nesta segunda, Moscou e Kiev realizaram uma das maiores trocas de prisioneiros até agora, trocando um total de 218 detidos, incluindo 108 mulheres ucranianas, de acordo com autoridades de ambos os países.