EUA e Rússia trocam acusações sobre a Ucrânia em reunião da ONU

A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, declarou na segunda-feira (31) que a Rússia “não nos deu as respostas que qualquer um de nós esperava” após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise na fronteira da Rússia e Ucrânia.

“Continuamos esperando que a Rússia escolha o caminho da diplomacia sobre o caminho do conflito na Ucrânia. Mas não podemos apenas ‘esperar e ver’. É crucial que este Conselho aborde o risco que seu comportamento agressivo e desestabilizador representa em todo o mundo”, afirmou a embaixadora.

A reunião aberta na sede da ONU de Nova York ocorreu mesmo com a oposição da Rússia e China. Na sessão, os Estados Unidos acusaram Moscou de reunir dezenas de milhares de soldados ao longo da fronteira Belarus-Ucrânia.

Durante a reunião, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou o pedido de diplomacia por parte da Rússia, alertando que uma nova invasão da Ucrânia resultaria em sanções rápidas.

O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzia, afirmou que os Estados Unidos querem que o conflito aconteça.

“Esta implantação de tropas russas em nosso próprio território está fazendo com que nossos colegas ocidentais e norte-americanos digam que haverá uma ação militar planejada e até um ato de agressão […]. Não há, no entanto, nenhuma prova que confirme uma acusação tão séria que seja apresentada”, disse ele.

“Você está quase pedindo isso, você quer que isso aconteça. Você está esperando que isso aconteça, como se você quisesse tornar suas palavras uma realidade”, acrescentou.

“Deixamos claro nosso compromisso com o caminho da diplomacia. Espero que nossos colegas russos também escolham esse caminho e se envolvam pacificamente com a comunidade internacional, incluindo a Ucrânia”, respondeu a embaixadora americana.

A reunião ocorre um dia antes de uma esperada conversa entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov – a primeira desde que os EUA enviaram suas respostas por escrito a Moscou na semana passada.