EUA dizem que eleições na Rússia não são livres e justas
Vladimir Putin foi eleito para o quinto mandato neste domingo e segue no poder até 2030
Após a vitória de Vladimir Putin neste domingo, 17, os Estados Unidos afirmaram que as eleições na Rússia “obviamente não são livres e nem justas”. O presidente russo foi eleito para o seu quinto mandato e seguirá no poder até 2030.
“As eleições obviamente não foram livres e nem justas, dada a forma como Putin prendeu adversários políticos e impediu que outros concorressem contra ele”, afirmou a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca.
Putin foi eleito com mais de 87% dos votos e assumirá seu quinto mandato em meio a acusações de fraude, abuso de poder político e uma guerra contra a Ucrânia. Ele está no comando há 24 anos e pode se tornar o líder mais longevo do país desde Josef Stalin.
A vitória já era dada como certa, já que a maioria dos candidatos da oposição estão mortos, presos, exilados ou impedidos de concorrer. Alexei Navalny, principal opositor de Putin, morreu em uma prisão no Ártico em fevereiro. Seus apoiadores acusam o presidente russo de envolvimento na morte — o Kremlin nega.
A votação começou na quinta-feira, 15, e terminou nesta tarde. Outros três candidatos disputaram a eleição: Nikolai Kharitonov, membro da Câmara baixa do Parlamento russo, Vladislav Davankov, vice-presidente da Câmara baixa, e Leonida Slutsksy, líder do ultranacionalista Partido Liberal Democrático. No entanto, todos são de partidos aliados ao Kremlin e nenhum deles tinha chances de vitória.
Sondagens independentes indicaram que 52% da população preferia Putin e 3% Slutsky. Kharitonov e Davankov tiveram 1% cada. Já os candidatos críticos à guerra contra a Ucrânia, Yekaterina Duntsova e Boris Nadezhdin, foram impedidos de concorrer depois que a Comissão Eleitoral Central afirmou ter encontrado falhas nas assinaturas que precisavam para disputar.
Após a divulgação dos primeiros resultados, o presidente da Ucrânia, Vododimir Zelensky, acusou Putin de se manter no poder por meio de um processo fraudulento. “O ditador russo está simulando outra eleição”, declarou. Ele também fez referência a uma decisão do Tribunal Penal Internacional que emitiu mandado de prisão contra o presidente russo por crimes de guerra. “Esta figura deve acabar encarcerada em Haia”, disse.