EUA descartam intervenção na Síria sem o aval da ONU
Apesar das críticas aos vetos da Rússia, Panetta rejeitou uma ação unilateral

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, descartou nesta quinta-feira uma eventual intervenção militar americana na Síria sem o aval das Nações Unidas.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 10.000 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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A declaração acontece um dia depois de duas altas funcionárias do governo Obama terem criticado os constantes vetos da Rússia na ONU a uma ação militar estrangeira no país árabe. Na quarta-feira, a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou que a postura do Kremlin pode provocar uma guerra civil síria. A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Susan Rice, foi mais clara e advertiu que uma intervenção militar seria a única opção caso os russos persistam em bloquear sanções firmes contra Damasco.
Pressão diplomática – Em uma entrevista a bordo de um avião militar da Força Aérea americana, o secretário de Defesa qualificou de intolerável o derramamento de sangue na Síria e afirmou que os EUA mantêm “todas as opções sobre a mesa” para adotar contra o regime de Bashar Assad. Panetta, no entanto, rejeitou a possibilidade de uma intervenção militar não legitimada pelo Conselho de Segurança da ONU. “Não posso imaginar isto”, respondeu ele ao ser perguntado sobre o tema. Segundo o secretário de imprensa da Defesa, George Little, os EUA continuarão apostando no aumento das pressões diplomáticas e econômicas sobre o regime de Assad.
Desde o início da revolta popular na Síria, em março de 2011, mais de 13 mil sírios morreram, a maioria civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
(Com Agência France-Presse)