A administração de Barack Obama condenou hoje “com firmeza” um ato de vandalismo de judeus extremistas contra uma mesquista em desuso em Jerusalém Oriental.
“O ataque de um lugar de culto jamais pode ser justificado”, destacou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado.
Extremistas judeus tentaram incendiar uma antiga mesquita de Jerusalém Oriental, enquanto Israel reabria a rampa que os muçulmanos usam para ter acesso à Esplanada das Mesquitas, cujo fechamento irritou a Jordânia e os palestinos. Frases anti-árabes e anti-muçulmanas também foram pichadas na mesquita.
Os Estados Unidos pediram calma “de todas as partes” e que a cidade contate as diferentes comunidades que a habitam.
A mesquita Nebi Akasha, construída no século XII, deixou de ser usada em 1948, quando o Estado de Israel foi criado. Atualmente serve de depósito. O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, condenou o ataque, pedindo “tolerância zero” com esse tipo de ações.
Hoje, a polícia anunciou a prisão de seis pessoas suspeitas de envolvimento nos atos recentes de vandalismo anti-árabes, mas elas parecem não estar ligadas aos ataques à mesquita.
Os ataques aconteceram em um momento em que colonos israelenses e grupos de ultra-direita praticam a política do “preço a pagar”, quando o Estado de Israel toma medidas que eles consideram hostis à colonização dos territórios palestinos.
Um dia antes dos ataques à mesquita, cerca de 50 ativistas de extrema direita danificaram uma base do exército israelense em Cisjordânia. Segundo a rádio militar, esses ataques aconteceram em meio a rumores da iminente evacuação de várias colônias não autorizadas por Israel na Cisjordânia.
Nos próximos dias, serão realizadas obras para garantir que a rampa de acesso à Esplanada das Mesquitas, onde se encontra o terceiro lugar sagrado do islã, seja estável e resistente a um possível incêndio. A rampa tinha sido fechada na segunda-feira pelos israelenses, por motivos de segurança.