Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira, 28, que todos os viajantes da China deverão fazer teste de Covid-19 para entrar em solo americano, juntando-se a outros países que impuseram restrições por conta de um aumento de infecções no país asiático.
De acordo com autoridades americanas, a decisão, que entra em vigor em 5 de janeiro, se deve à falta de transparência a respeito do vírus na China à medida que os casos disparam após o governo flexibilizar várias medidas de restrição de uma só vez para acabar com a polêmica política de Covid zero.
Os Estados Unidos ainda exigem que os viajantes internacionais apresentem comprovante de vacinação total contra a Covid ao entrar no país. O site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também recomenda que quem viajar para o país faça o teste antecipadamente e tenha o resultado em mãos – mas isso não é uma obrigação legal.
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Além dos Estados Unidos, Itália, Japão, Malásia, Taiwan e Índia também anunciaram testagens obrigatórias para turistas chineses e outras medidas mais rígidas para evitar a propagação do coronavírus.
Segundo o jornal italiano La Repubblica, um voo vindo da China que chegou no aeroporto de Malpensa nesta quarta-feira estava com 52% dos passageiros infectados com o vírus. Autoridades italianas ainda não comentaram sobre os números, mas o ministro da Saúde ordenou que todos os passageiros que venham do país realizem o teste obrigatório de Covid-19.
Um porta-voz de Relações Exteriores da União Europeia disse que, embora todos os países membros tenham concordado em acabar com todas as restrições referentes ao vírus, havia um entendimento de que elas poderiam ser reintroduzidas caso necessário de maneira coordenada.
Autoridades de imigração da China disseram que os pedidos de passaporte para cidadãos chineses que desejam viajar internacionalmente serão retomados a partir de 8 de janeiro, o que tem levantado preocupações nos países ao redor do mundo. O Ano Novo Lunar, que começa em 22 de janeiro, é normalmente a temporada de viagens mais movimentada na China.
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“Existem preocupações crescentes na comunidade internacional sobre os surtos de Covid-19 em andamento na China e a falta de dados transparentes, incluindo dados de sequência genômica viral”, disseram autoridades americanas em comunicado.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, acusou os países ocidentais de distorcerem a realidade sobre o coronavírus em seu país. Segundo ele, a resposta de todos os países à doença deve ser baseada na ciência e não deve afetar o intercâmbio normal entre as pessoas.
Reino Unido e Alemanha, por sua vez, disseram que estão monitorando de perto os casos, mas por ora disseram que não estão planejando nenhum tipo de restrição.
O verdadeiro número de casos e mortes na China é incerto, uma vez que o governo anunciou que pararia de divulgar os dados necessários – apenas os óbitos por pneumonia ou crises respiratórias estão sendo computados. No entanto, relatos apontam para hospitais sobrecarregados e uma alta taxa de morte entre os idosos.
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Antes do relaxamento, que inclui as regras para viagens, os chineses eram fortemente desencorajados a ir ao exterior e a venda de grupos de viagens organizadas havia sido proibida.
Pouco mais de meia hora depois do anúncio do governo, os sites especializados registraram um aumento de dez vezes na procura por destinos populares em relação ao último ano. Macau, Hong Kong, Japão, Tailândia e Coreia do Sul foram os destinos mais buscados.