O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, anunciou nesta segunda-feira, 28, que o governo americano vai impor sanções contra a companhia estatal Petróleos de Venezuela, a PDVSA, como um esforço para que a gestão de Nicolás Maduro aceite a transferência pacífica de poder.
Durante pronunciamento na Casa Branca, Bolton disse que os americanos expuseram por diversas vezes a corrupção do presidente chavista e seus aliados, que “não podem mais roubar o patrimônio do povo venezuelano”.
“No total, 7 bilhões de dólares em ativos serão congelados a partir de hoje e mais 11 bilhões de dólares ficam em suspenso, sob condições a serem cumpridas”, completou o membro da equipe de Donald Trump.
As sanções atingem todo o departamento político, as agências e o Banco Central da Venezuela, assim como o gabinete do regime de Nicolás Maduro.
O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, alertou que possíveis compradores do petróleo venezuelano também terão suas contas nos Estados Unidos congeladas. O departamento ainda anunciou que todos os ativos da PDVSA sob jurisdição americana estão bloqueados, assim como sua operação, mas que a estatal pode evitar as sanções reconhecendo o governo do presidente interino Juan Guaidó.
Em resposta, a equipe de Maduro desvalorizou o bolívar, a moeda do país, em cerca de 35%, para se equiparar à taxa de câmbio do mercado negro de petróleo.
A Venezuela é grande dependente dos Estados Unidos para a revenda da commodity, enviando 41% de seus barris para o país, sendo um dos quatro maiores fornecedores do produto para os americanos.
Nesta segunda, em sua conta no Twitter, Juan Guaidó convocou uma reformulação dos conselhos de administração da PDVSA e de sua filial americana, a Citgo, em mais um passo para tentar tomar o controle dos recursos do governo.
Nos últimos dias, Guaidó já pediu para que a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, repassasse para ele o controle sobre 1,2 bilhão de libras esterlinas em ouro venezuelano, dinheiro protegido pelo Bank of England. Alan Duncan, ministro britânico de Relações Exteriores, apoiou que o banco libere o acesso à quantia ao presidente interino autoproclamado.
Em um comunicado enviado a parlamentares, Alan Duncan respondeu que a decisão cabia à instituição financeira e seu gestor, Mark Carney, e não ao governo, acrescentando: “Claro que são eles que têm de tomar a decisão sobre isso, mas sem dúvida eles levarão em conta o grande número de países pelo mundo que estão questionando a legitimidade de Nicolás Maduro e reconhecendo Juan Guaidó”.
Atualmente, os ganhos da empresa estatal são responsáveis por 96% do orçamento público do país latino-americano.