O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que a inteligência americana entende que a China está considerando fornecer armamentos para a Rússia na guerra contra a Ucrânia.
“Temos observado isso muito, muito de perto. E, na maior parte, a China tem se empenhado em fornecer apoio retórico, político e diplomático à Rússia, mas temos informações que nos preocupam de que eles estão considerando fornecer apoio letal à Rússia na guerra contra a Ucrânia”, disse Blinken em um comunicado no domingo, 19.
A preocupação ganhou força depois de um encontro entre as lideranças russas e chinesas, no qual o presidente Xi Jinping falou sobre uma parceria “sem limites” com Vladimir Putin. Esse encontro aconteceu semanas antes de Putin enviar suas tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Desde então, os laços entre os dois países cresceram.
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No último sábado, 18, Blinken teve a oportunidade de encontrar Wang Yi, um funcionário de política externa do mais alto escalão do Partido Comunista Chinês. “Foi importante para mim compartilhar muito claramente com Wang Yi que isso seria um problema sério”, disse o secretário de Estado americano.
O senador americano Lindsey Graham disse que, caso a China ajude a Rússia, o mundo deve atacar duramente Pequim. Para ele, essa atitude alteraria o relacionamento com o chineses para sempre e aconselhou as lideranças da China a não tomarem atitudes precipitadas.
“Para os chineses, se você ajudar o Putin agora, você é muito burro”, disse ele. “Seria como comprar uma passagem para o Titanic depois de ver o filme. Não faça isso”.
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O general aposentado Jack Keane, ex-vice-chefe do Estado-Maior do Exército, disse que a decisão do governo de Joe Biden de trazer essa preocupação a tona é boa porque pode fazer com que Pequim adie o fornecimento de armas letais à Rússia.
“Eu iria além e diria a eles o que achamos que eles estão tentando fornecer, a China provavelmente vai recuar após essa exposição pública”, disse Keane.
Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, afirmou que o fornecimento de ajuda à Rússia seria uma “linha vermelha” para a relação entre EUA e China.
Nas últimas semanas, o relacionamento entre americanos e chineses piorou depois que os EUA derrubaram o que dizem ser um balão espião chinês. A China insiste que o aparato era usado para pesquisas meteorológicas e foi desviado do curso.