O Pentágono culpou nesta terça-feira, 14, um caça russo pela queda de um drone espião dos Estados Unidos localizado no Mar Negro, um espaço aéreo internacional. Após a acusação, Moscou imediatamente negou a colisão entre os as duas aeronaves, que marcaria o primeiro contato direto entre aeronaves militares dos dois países desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
Os militares americanos afirmaram que os dois jatos russos Su-27 realizaram uma interceptação imprudente no drone MQ-9 “Reaper” antes de um deles colidir com a aeronave não tripulada, que posteriormente caiu no mar.
Antes da colisão, os caças russos teriam despejado combustível no MQ-9 na tentativa de cegá-lo ou danificá-lo. Até o momento, a Rússia não recuperou o drone e o jato provavelmente foi danificado , afirmou o Pentágono.
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“Na verdade, esse ato inseguro e pouco profissional dos russos quase causou a queda de ambas as aeronaves”, comunicou o general da Força Aérea dos EUA, James Hecker, responsável por supervisionar tropas na região.
O Ministério da Defesa da Rússia negou que sua aeronave tenha entrado em contato com o veículo aéreo não tripulado, justificando sua queda por “manobras bruscas”. Segundo a pasta, o drone foi detectado perto da península da Crimeia, uma região da Ucrânia anexada por Moscou em 2014.
“Os caças russos não usaram suas armas a bordo, não entraram em contato com a aeronave não tripulada e retornaram com segurança ao seu aeródromo”, disse o Ministério da Defesa.
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Segundo o porta-voz John Kirby, o presidente Joe Biden foi informado sobre o incidente pelo conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, na manhã desta terça-feira. Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse mais tarde que convocou o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, que reafirmou que a Rússia não quer confronto direto entre as duas potências.
“Preferimos não criar uma situação em que possamos enfrentar confrontos ou incidentes não intencionais entre a Federação Russa e os Estados Unidos”, disse Antonov, que esteve no Departamento de Estado por pouco mais de meia hora.