O diretor da Inteligência dos Estados Unidos, John Ratcliffe, acusou na quarta-feira 21 o Irã e a Rússia de orquestrarem uma campanha na internet com o objetivo de influenciar a opinião publica na eleição de novembro.
Ratcliffe disse que os dois países tentam usar a informação obtida “para transmitir informação falsa aos eleitores registrados com a esperança de causar confusão, semear o caos e socavar a confiança na democracia americana”.
O Irã, mais especificamente, enviou e-mails “concebidos para intimidar os eleitores, incitar a agitação social e prejudicar o presidente [Donald] Trump”. As mensagens são direcionadas a eleitores democratas, que relataram ameaças caso não votassem em Trump.
As mensagens, que vinham acompanhadas do endereço postal do eleitor, eram assinadas pelos Proud Boys, um grupo supremacista branco armado que declarou apoio a Trump, e diziam: “Saberemos em qual candidato você votou. Eu, no seu lugar, levaria isto a sério”.
Em um outro vídeo que circula na Internet, é insinuado que é possível enviar cédulas eleitorais falsas pelos correios, mesmo que a pessoa esteja fora dos Estados Unidos. “Estas ações são esforços desesperados de adversários desesperados”, acrescentou Ratcliffe.
O diretor do FBI, Christopher Wray, assegurou que o sistema eleitoral continua sendo seguro e “resistente”.
“Tenham certeza de que estamos preparados para a possibilidade de ações de quem é hostil à democracia”, disse Ratcliffe.
Irã e Rússia negaram acusações
Já o Irã e Rússia rejeitaram nesta quinta-feira, 22, as acusações “sem fundamento” da Inteligência americana. Em Teerã, o ministério das Relações Exteriores informou nesta quinta que convocou o embaixador suíço, país que representa os Estados Unidos no Irã desde 1979.
As autoridades americanas “fizeram acusações sem fundamento às vésperas das eleições para justificar o roteiro antidemocrático que já tem preparado”, afirmou o porta-voz do ministério, Saeed Khatibzadeh, em um comunicado. Para o porta-voz iraniano, as afirmações do americano são “invenções” e acusações “torpes”.
Khatibzadeh reiterou que o Irã não tem nenhuma preferência entre os dois candidatos americanos e pediu a Washington que “aca be com as acusações inúteis e a invenção deste tipo de tramas e comece a atuar como um país normal”.
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin denunciou as acusações “infundadas” dos serviços de Inteligência dos Estados Unidos. “As acusações chegam todos os dias e são totalmente infundadas, não têm nenhum fundamento”, afirmou à imprensa Dmitri Peskov.
O diretor do serviço de inteligência americano, John Ratcliffe, afirmou na quarta-feira que Rússia e Irã conseguiram informações do registro de eleitores nos Estados Unidos e atuaram para influenciar a opinião pública.