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Em comícios, Trump e Obama trocam provocações e zombam um do outro

Ex-presidente democrata participou de evento em apoio a Joe Biden e classificou o atual mandatário americano como 'um tio louco'

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 out 2020, 10h17 - Publicado em 22 out 2020, 09h27

Em um comício a favor de Joe Biden, candidato à Presidência dos Estados Unidos, o ex-presidente Barack Obama comparou Donald Trump a um “tio louco” que usa as redes sociais para disseminar teorias da conspiração. Esta foi a primeira vez que o democrata falou publicamente em um evento de campanha para as eleições de 3 de novembro.

“Isto não é um reality show, é a realidade. E o restante de nós teve que viver com as consequências de ele [Trump] ter se mostrado incapaz de levar o trabalho a sério”, afirmou Obama na Filadélfia.

O ex-presidente ainda acusou Trump de compartlhar fake news e teorias da conspiração em suas redes sociais. “Esse não é o comportamento de um presidente”, disse. “Vocês não tolerariram esse tipo de comportamento nem em sua família – com exceção talvez de um tio louco”.

A declaração de Obama fez referência à entrevista dada por Trump na quinta-feira passada, quando o presidente insistiu na ideia de que, durante seu governo, o ex-presidente democrata ordenou o assassinato de soldados americanos em uma missão no Oriente Médio em 2011. A jornalista que conduzia a entrevista, Savannah Guthrie da emissora NBC, insistiu que a história não se passava de uma mentira e acusou o republicano de agir como “o tio louco de alguém”. 

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Simultaneamente ao evento na Filadélfia nesta quarta, Trump participava de um comício em Gastonia, na Carolina do Norte, e também zombou de seu antecessor. O republicano fez piada do apoio de Obama a Hillary Clinton durante as eleições de 2016, das quais saiu vitorioso.

“O único que ficou mais infeliz do que Hillary naquela noite foi Barack Hussein Obama”, disse, em tom de provocação.

‘Isto não é um reality show’

Obama convocou os apoiadores de Biden a participar das eleições e não se acomodar com as pesquisas favoráveis. “Não podemos ficar confiantes. Não me importo com as pesquisas”, disse.

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O ex-presidente lembrou que, em 2016, “houve um monte de pesquisas” favoráveis à candidata democrata, Hillary Clinton, “e não funcionou, porque muita gente ficou em casa, ficou com preguiça e confiante. Desta vez, não. Não nesta eleição.”

Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos e que ocupou o cargo por dois mandatos (2009-2017), criticou o desempenho do governo Trump e seu estilo provocativo, que contrasta com o de Biden, vice-presidente durante seus oito anos na Casa Branca.

“Isto não é um reality show, é a realidade. E o restante de nós teve que viver com as consequências de ele ter se mostrado incapaz de levar o trabalho a sério”, disse. “Nossa democracia não irá funcionar se as pessoas que deveriam ser nossos líderes mentem todos os dias e simplesmente inventam coisas. E nos tornamos insensíveis a isso”, lamentou o ex-presidente.

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Mais cedo, Obama participou de uma mesa-redonda com líderes da comunidade negra da Filadélfia e criticou o desempenho de Trump na pandemia. “Teria sido difícil para qualquer presidente, nunca vimos algo assim em 100 anos. Mas o grau de incompetência e desinformação, o número de pessoas que poderiam ter se salvado se tivéssemos feito o básico… Não podemos permitir mais quatro anos disso. Estamos em um abismo profundo”, lamentou o ex-presidente, de 59 anos.

“Nossa democracia não vai funcionar se as pessoas que supostamente são nossos líderes mentem todos os dias e simplesmente inventam coisas”, continuou.

De acordo com dados do site Real Clear Politics, que compila os dados de todas as pesquisas eleitorais e calcula uma média entre elas, Biden lidera nacionalmente com 7,5% das intenções de voto.

Obama permaneceu à margem durante as primárias democratas, mas expressou apoio a seu ex-vice-presidente quando ele garantiu a nomeação do partido. A campanha de Biden espera que a influência do primeiro presidente negro do país ajude a impulsiona o voto entre os jovens e os afro-americanos, eleitores essenciais para os democratas na tentativa de reconquistar a Casa Branca.

A população negra votou em peso em Obama em 2008 e 2012, mas sua participação caiu em 2016, um dos fatores que contribuiu para a vitória de Trump sobre Clinton.

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Reta final

Enquanto Obama discursava Trump visitou a Carolina do Norte, um estado decisivo, onde estimulou os simpatizantes com seus temas preferidos, como o apelo reiterado à lei e ordem. “Se Biden vencer, os manifestantes que queimam bandeiras nas ruas serão aqueles que dirigirão o seu governo federal”, afirmou o conservador.

O candidato democrata, no entanto, supera Trump por 2,3 pontos no estado, segundo uma pesquisa da RealClearPolitics. Um pesquisa da Universidade de Quinnipiac publicada na quarta-feira mostra Biden com vantagem de 51-43 na Pensilvânia, outro estado crucial no qual Trump venceu por pequena margem em 2016.

(Com AFP)

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