Estudantes americanos fazem manifestação em defesa do porte de armas
Os eventos são uma resposta ao movimento contra as armas que surgiu na escola de Parkland, onde o jovem Nikolas Cruz atirou e matou 17 pessoas
Grupos de estudantes do ensino médio de 40 dos 51 estados dos Estados Unidos organizaram a quarta-feira (2) manifestações a favor do direito de portar armas, previsto pela Segunda Emenda da Constituição americana. Os eventos são uma resposta ao movimento contra as armas que surgiu na escola de Parkland, onde o jovem Nikolas Cruz, de 19 anos, atirou e matou 17 pessoas dentro das salas de aula.
As manifestações pró-armas duraram cerca de 15 minutos e foram promovidas pelo movimento Stand for the Second (“Defenda a Segunda [Emenda]”, em tradução livre para o português), iniciado pelo estudante Will Riley, de 18 anos, da escola de ensino médio Carlsbad, no estado americano do Novo México.
“Nas últimas semanas, vi muitos jovens da minha idade dizendo que temos que fazer algo, aprovar leis para ter mais controle sobre a venda de armas, isso é o que todos os estudantes querem. Mas eu disse a mim mesmo: ‘eu não estou pedindo isso’. Tenho muitos amigos que também não querem isto”, disse Riley.
“Sempre há dois lados da história”, afirmou o jovem, defensor da tese de que os problemas não têm nada a ver com armas de fogo, pois elas existem há muito tempo.
“Eu não sei qual é o problema, mas tenho certeza de uma coisa: não podemos começar tirando o direito dos cidadãos deste país”, manifestou.
No dia 14 de fevereiro, o jovem Nikolas Cruz entrou armado com um rifle semiautomático na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, e matou 17 pessoas. Ele enfrenta um número igual de acusações por assassinato premeditado e outros tantos por tentativa de homicídio, crimes pelos quais pode ser condenado à morte.
O fato desencadeou um novo movimento nacional a favor de um maior controle na venda e uso de armas de fogo, desenvolvido pelos próprios estudantes dessa escola e que então organizou uma concentração maciça em Washington.
Casos como o de Cruz são frequentes nos Estados Unidos, onde o controle sobre a venda de armas é tênue e qualquer cidadão tem direito de portá-las em nome de sua autodefesa. Armas podem ser compradas em hipermercados e até mesmo pelo correio.
A Segunda Emenda dispõe sobre esse direito. Mas trata-se de um texto aprovado em 1791, quando milícias de civis eram responsáveis pela segurança na maioria das localidades do país. Em oposição aos movimentos que pedem maior rigor na venda de armas e até mesmo o fim desse comércio está o poderoso lobby da National Rifle Association (NRA).
(Com EFE)