Em plena retirada de tropas dos Estados Unidos da Síria, o Estado Islâmico matou soldados americanos e civis sírios nesta quarta-feita, 16, em um atentado na cidade de Manjib. O alvo do ataque de um homem-bomba foi um restaurante onde os militares costumavam fazer refeição depois das patrulhas. Pelo menos dezenove pessoas foram mortas ou feridas, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres.
Este foi o primeiro ataque do grupo extremista desde o anúncio de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de retirada dos 2.000 militares americanos em combate na Síria. Em sua justificativa, Trump mencionara que o Estado Islâmico já estava derrotado. Parte dos soldados já foi retirada para o Iraque.
A morte de militares americanos foi confirmada pelo comando da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria por meio do Twitter. “Membros das forças dos Estados Unidos foram mortos durante explosão enquanto conduziam uma patrulha de rotina hoje na Síria”, informou, sem oferecer detalhes.
Segundo o jornal The Washington Post, quatro soldados morreram e outros três ficaram feridos – um deles, em estado crítico. O comando da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria ainda não confirmou o total de vítimas. O Post informou que a agência de notícias Amaq publicou declaração do Estado Islâmico sobre o ataque desencadeado por um homem com explosivos atados a suas roupas.
Cenas fortes
Uma câmera de vigilância no local do ataque mostra, segundo o jornal americano, a explosão em uma calçada cheia de pessoas. Uma criança que se aproxima do local se detém ao deparar com a explosão e corre das chamas com as mãos protegendo os ouvidos. Um homem é atingido pela explosão e cai.
Trump e o vice-presidente, Mike Pence, foram informados em detalhes sobre o atentado em Manbij, segundo a Casa Branca. Apesar de saber dos fatos, Pence não os mencionou durante uma conferência no Departamento de Estado. “O califado desintegrou-se, e o Estado Islâmico foi derrotado”, afirmou.
Nos dias seguintes a seu anúncio sobre a retirada das tropas americanas da Síria, Trump foi criticado por analistas e pela oposição democrata por se precipitar. O Estado Islâmico sofreu grandes derrotas na Síria, mas ainda detém parcelas de território sírio e se faz presente no Iraque.
A Turquia criticou particularmente a decisão e indicou que poderia avançar sobre os principais aliados americanos naquele terreno, os curdos sírios. O presidente americano não voltou atrás e advertiu Ankara que a economia turca será devastada se a Turquia atacar os curdos sírios.