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Escândalo provoca afastamento de genro do Rei da Espanha de atos oficiais

Por Da Redação
12 dez 2011, 15h23

Virgínia Hebrero.

Madri, 12 dez (EFE).- A Casa Real da Espanha adotou nesta segunda-feira a decisão, sem precedentes desde que o rei Juan Carlos I assumiu o trono em 1975, de afastar dos atos oficiais um de seus membros; no caso Iñaki Urdangarín, o Duque de Palma, genro do monarca.

Além disso, o chefe da Casa do Rei, Rafael Spottorno, anunciou que as contas reais serão mais transparentes em consequência de um escândalo que cresce como uma bola de neve desde que Urdangarín, marido da princesa Cristina, começou a ser investigado em um grande caso de corrupção.

A polêmica começou quando o promotor anticorrupção da região das Baleares ordenou a investigação em Barcelona dos escritórios de uma rede de sociedades vinculadas à Fundación Noos, uma instituição sem fins lucrativos que Urdangarín criou e presidiu entre 2004 e 2007.

Desde então, os meios de comunicação espanhóis foram publicando novos dados sobre o caso, mostrando como o duque, junto com seu sócio na Noos, Diego Torres, supostamente se enriqueceram com milhões de euros de fundos públicos.

Se até agora a Casa Real havia se limitado a declarar seu respeito pela investigação judicial, a dimensão do escândalo e a erosão que está provocando na própria instituição da Coroa provocaram hoje uma mudança de rumo.

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Em uma entrevista coletiva, Spottorno afirmou, pela primeira vez, que o comportamento do marido da princesa Cristina em relação a seus negócios ‘não parece exemplar’, diante dos ‘confusos’, mas ‘suficientemente ilustrativos’ dados do caso, mas pediu respeito à sua presunção de inocência.

O chefe da Casa do Rei anunciou que Urdangarín deixará de participar de atividades oficiais da Família Real, mas lamentou o ‘julgamento paralelo’ aberto na opinião pública contra alguém que ainda não foi formalmente acusado.

Spottorno também disse que ‘logo se saberá’ se a princesa Cristina, filha mais nova do Rei, deixará de participar dos atos oficiais, mas julgou razoável que os membros da Família Real que contam com uma atividade profissional própria diminuam sua participação.

Segundo se soube ao longo destas semanas, Cristina é proprietária, junto com seu marido, da imobiliária Aizoon, uma das empresas da suposta rede tecida por Urdangarín.

Outra das consequências deste caso é a promessa que a Casa do Rei publicará em seu site oficial, previsivelmente antes do fim do ano, uma supressão de suas contas, como faz o restante das administrações públicas.

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A transparência no emprego por parte do rei da atribuição anual de quase 9 milhões de euros era reivindicada há anos por algumas forças políticas e vários setores da sociedade, especialmente no contexto da grave crise econômica da Espanha e do alto nível de desemprego que afeta quase cinco milhões de pessoas.

Precisamente, a crise econômica será o centro da mensagem do Natal que o rei Juan Carlos dirigirá aos espanhóis, e as escandalosas revelações sobre os negócios do duque exigiam, segundo todos os analistas, uma tomada de posição do rei.

A última pesquisa do Centro de Pesquisas Sociológicas mostrou uma queda na popularidade da Monarquia, algo que Spottorno negou hoje que tenha relação com o caso Urdangarín.

Enquanto isso, o ex-jogador de handebol que se casou com Cristina em 1997 e com quem tem quatro filhos, lamentou no fim de semana o ‘grave prejuízo’ causado à Casa Real, à qual desvinculou completamente de suas atividades privadas em comunicado divulgado através da Agência Efe em Washington.

O casal se mudou de Barcelona para a capital americana em 2009, quando o Duque de Palma foi nomeado delegado da empresa Telefónica, uma mudança que provocou polêmica na época e que foi interpretada como um afastamento estratégico. EFE

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