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Escândalo na Virgínia cresce com novas revelações sobre racismo e abuso

Governador do estado está à beira da renúncia por foto racista; segundo e terceiro na linha de sucessão também estão ameaçados

Por Da Redação
Atualizado em 7 fev 2019, 12h47 - Publicado em 7 fev 2019, 12h03

Depois que o governador da Virgínia, nos Estados Unidos, foi acusado de racismo por uma antiga foto da época de faculdade, a crise política no estado cresceu ainda mais nesta quarta-feira, 7, com novas revelações sobre atitudes racistas e abuso sexual contra autoridades locais.

O procurador-geral estadual, Mark Herring, confessou ter feito “blackface”, prática racista que consiste em se pintar de preto, para se fantasiar de rapper em uma festa em 1980, quando tinha 19 anos e estudava na Universidade da Virgínia.

Poucas horas depois, uma mulher publicou uma descrição detalhada de como foi abusada sexualmente por Justin Fairfax, que ocupa atualmente o cargo de vice-governador do estado.

As revelações consecutivas aumentam ainda mais o estado de incerteza sobre o governo da Virgínia, já que Fairfax e Herring são, respectivamente, o segundo e terceiro na linha de sucessão para substituir o atual governador, o democrata Ralph Northam.

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A controvérsia começou na semana passada, quando o site conservador Big League Politics revelou uma suposta de Northam de conteúdo racista. Desde então, o democrata vem sofrendo grande pressão para renunciar ao cargo.

A imagem de 1984 foi originalmente publicada no anuário da faculdade onde Northam estudou medicina, a Eastern Virginia Medical School. Nela, dois jovens foram fotografados: um com o rosto pintado de preto e outro vestido com roupa utilizada por membros da seita Ku Klux Klan.

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Logo após a revelação, o governador admitiu estar na foto e pediu desculpas pelo seu ato. Um dia depois, contudo, voltou atrás e afirmou que não se lembrava daquele momento e, portanto, tinha certeza de que não é nenhum dos jovens na imagem.

Os novos casos

Mesmo após grande repercussão e muitas acusações contra Northam, seu gabinete ainda não tomou nenhuma decisão quanto à renúncia. Contudo, em meio a grande pressão, novas denúncias atingiram seu governo nesta quarta.

O procurador-geral eleito, Mark Herring, de 57 anos, admitiu ter feito “blackface” depois que rumores de que uma foto sua com o rosto pintado de preto seria vazada na imprensa começaram a circular.

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O democrata, que foi uma das principais vozes a pedir a renúncia de Northam após o primeiro escândalo, afirmou em comunicado que “a vergonha daquele momento me assombrou por décadas”. O procurador afirmou que ainda avalia se continuará no cargo depois das mais recentes revelações.

Herring tornou-se conhecido nacionalmente por ter desempenhado um papel central na suspensão do embargo da Virgínia ao casamento gay e era o terceiro na linha de sucessão ao cargo de governador. Ele já planejava concorrer ao cargo nas eleições de 2021.

O terceiro escândalo atingiu o vice-governador, Justin Fairfax, que deveria substituir Northam em caso de uma renúncia. Também do Partido Democrata, o político negro é um conhecido defensor dos direitos da comunidade afrodescendente nos Estados Unidos.

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Ele foi acusado por Vanessa C. Tyson, de 42 anos, de ter cometido abuso sexual contra ele em 2004, quando os dois participavam da Convenção Nacional Democrata em Boston.

Em um comunicado publicado nesta quarta-feira, a mulher descreveu como Fairfax a obrigou a fazer sexo oral nele em um quarto de hotel. O vice-governador negou as acusações, afirmando que o ato foi consensual e que as queixas foram reveladas em um momento estratégico para prejudicá-lo.

Tyson é professora associado de política e especialista em história negra da faculdade Scripps College, na Califórnia. Ela já havia denunciado o abuso ao proeminente congressista democrata da Virgínia Bobby Scott há um ano, mas só agora tornou suas acusações públicas.

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A sequência de eventos desta claramente trouxe ainda mais instabilidade para o governo da Virgínia, que já estava no limite com as acusações e pedidos de renúncia contra Northam.

O governador não é visto em público desde domingo 3, um dia depois de ter feito uma coletiva de imprensa televisionada negando ser um dos jovens na foto racista de 1984. O político, contudo, admitiu já ter feito “blackface” em outro momento de sua juventude, quando participou de um concurso de dança e se fantasiou de Michael Jackson.

Na linha de sucessão para o governo da Virgínia, após Fairfax e Herring, está o presidente da Casa dos Delegados do estado, o equivalente à Assembleia Legislativa. O republicano Kirk Cox atua na Casa desde 1990 e já tem sido apontado por alguns meios da imprensa americana como possível novo governador.

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