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Erdogan afirma que morte de Khashoggi foi “assassinato selvagem”

Segundo presidente da Turquia, jornalista foi morto em operação planejada e agentes sauditas envolvidos devem ser julgados em Istambul

Por Da Redação
Atualizado em 23 out 2018, 18h33 - Publicado em 23 out 2018, 09h03
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  • O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta terça-feira, 23, que o “assassinato selvagem” do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul foi “planejado” e prometeu que Ancara investigará a fundo o caso.

    “O assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi premeditado”, declarou Erdogan em discurso no Parlamento turco em Ancara. “Está claro que a operação não ocorreu por acaso, mas foi fruto de um planejamento. Temos fortes indícios neste sentido”, ressaltou.

    Erdogan afirmou que a investigação das autoridades turcas continua e pediu que os dezoito cidadãos detidos na Arábia Saudita por relação com o assassinato sejam julgados na Turquia.

    “O assassinato pode ter acontecido dentro do consulado, que oficialmente é território saudita, mas está em nosso país. Não pode ser ocultado pela imunidade diplomática”, declarou o presidente turco.

    Além disso, Erdogan pediu às autoridades sauditas que revelem onde está o corpo do jornalista e exigiu saber quem deu as ordens para a execução do crime.

    O presidente também descreveu detalhes sobre a investigação turca, confirmando algumas informações vazadas pela imprensa local. Segundo ele, as investigações policiais agora se estendem para uma floresta no noroeste da cidade e ao município de Yalova, em uma província vizinha a Istambul.

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    “A informação e as evidências que temos indicam que Jamal Khashoggi foi vítima de um assassinato selvagem. Ocultar uma atrocidade destas traria prejuízos para a consciência de toda a humanidade”, declarou o presidente turco.

    O discurso de Erdogan coincidiu com o início de uma conferência financeira na Arábia Saudita, conhecida como “Davos no deserto”, da qual vários executivos estrangeiros desistiram de participar na esteira do escândalo envolvendo a morte do jornalista.

    O caso

    Jamal Khashoggi entrou em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul para pedir documentos necessários para se casar com sua noiva, cidadã turca. Crítico do regime de seu país, há anos ele vivia nos Estados Unidos, como exilado, onde era colaborador do jornal The Washington Post. Khashoggi não deixou o consulado.

    A Arábia Saudita tem se desdobrado para tirar dos ombros do príncipe Salman a responsabilidade por ordenar a morte do jornalista. Ao anunciar sua versão dos fatos, Riad afirmou primeiro que Khashoggi foi morto em uma briga com oficiais consulares. Alguns dias depois, uma autoridade do governo mudou a versão oficial e disse que o jornalista tinha sido assassinado em uma “operação clandestina” não autorizada pela administração saudita.

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    A Arábia Saudita também informou sobre a prisão de dezoito suspeitos e a demissão de cinco autoridades, entre as quais, quatro generais.

    De acordo com o jornal turco Sabah, um diplomata que trabalhava em Istambul desde 2015 foi o “cérebro” da operação em que o jornalista foi morto.

    O veículo de comunicação, próximo ao governo turco, afirma que Ahmed Abdulah Al Muzaini, a quem define como chefe local da inteligência saudita, viajou para Riad no dia 29 de setembro e retornou no dia 1º de outubro, a véspera do desaparecimento de Khashoggi após entrar no consulado saudita, em Istambul.

    Este é um dos muitos relatos surgidos nas mídias turcas e americanas, supostamente vazadas pelas autoridades turcas, e que desmentem a versão oficial de Riad.

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    Posição americana

    Depois de ter ameaçado a Arábia Saudita com “consequências severas” por sua responsabilidade pela morte de Khashoggi, na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou não ter ficado “satisfeito” com as explicações dadas pelo governo saudita.

    Mas em um gesto um tanto estranho, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, reuniu-se nesta terça-feira com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, apontado como mandante do assassinato.

    Mnuchin havia cancelado sua ida a Riad, onde participaria do “Davos do Deserto”, fórum empresarial que começará na terça-feira. Esse anúncio dera-se depois de seu encontro com Trump e com o secretário de Estado, Mike Pompeo, na Casa Branca. Sua ida para a Arábia Saudita surpreendeu.

    Por meio do Twitter, o Ministério das Relações Exteriores saudita registrou o encontro. “O príncipe-herdeiro reúne-se com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos e sublinha a importância da parceria estratégica Saudita-EUA, onde o país tem um importante papel no futuro ao lado do reino.”

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    Segundo a agência oficial saudita SPAN, ambos destacaram a importância das relações estratégicas entre Washington e Riad e o futuro desta parceria no encontro. Conversaram sobre as relações comerciais e os investimentos bilaterais, assim como os esforços conjuntos na luta contra a corrupção e contra o financiamento do terrorismo.

    (Com EFE)

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