A Justiça do Equador revogou nesta quarta-feira (28) a cidadania concedida ao ativista Julian Assange, fundador do site Wikileaks. Ele teve sua naturalização anulada depois que as autoridades equatorianas afirmaram que seu pedido continha inconsistências, assinaturas diferentes, possível alteração de documentos e taxas não pagas.
Responsável pela defesa de Assange, o advogado Carlos Poveda afirmou à agência de notícias Associated Press que a decisão não seguiu o devido processo legal. E que Assange não recebeu autorização para participar da audiência. “Na data em que foi citado, ele estava privado de liberdade e com uma crise de saúde dentro do centro em que está detido”, afirmou o advogado, acrescentando que irá recorrer.
Assange fugiu para a embaixada do Equador em Londres em 2012 para evitar a extradição. Ele recebeu asilo e obteve a cidadania do país. O jornalista acabou passando sete anos na representação diplomática do Equador na capital inglesa. Há dois anos, porém, foi retirado do local e está detido numa prisão de segurança máxima de Londres.
Assange é acusado de conspiração contra os Estados Unidos. Juntamente com a ex-analista de inteligência militar Chelsea Manning, o ativista publicou uma série de informações secretas em 2010. Os documentos mostraram abusos e crimes contra os direitos humanos cometidos por forças americanas durante a ocupação do Afeganistão. Caso seja condenado, Assange pode ser sentenciado a até 175 anos de cadeia.