O Equador anunciou nesta terça-feira que não renovará um convênio bilateral que mantinha com o governo de Cuba no setor da saúde, motivo pelo qual cerca de 400 médicos cubanos deixarão de trabalhar no país após o término de seus contratos no fim do ano.
O anúncio foi feito pela ministra da Secretaria de Governo do Equador, María Paula Romo. Segundo ela, os médicos do país serão substituídos por médicos equatorianos e será aberto um concurso para as vagas que sobrarem.
“O governo do Equador decidiu encerrar os últimos acordos que tem entre os ministérios da Saúde de ambos os países”, disse Romo ao descartar a renovação de novos acordos em modalidades similares com Cuba.
A ministra explicou que, em virtude dos acordos assinados, o governo do Equador não pagava diretamente aos médicos cubanos, e sim ao governo de Cuba, que, por sua vez, pagava seus médicos e diferentes especialistas.
Os acordos entre Equador e Cuba remontam a 2013, quando o então presidente equatoriano, Rafael Correa, solicitou ao governo cubano, durante uma visita de Estado, que fornecesse quase mil médicos para o serviço de saúde equatoriano.
Esse tipo de acordo sofreu modificações ao longo dos anos. Cerca de 400 médicos estão no país atualmente, segundo o governo equatoriano.
“Dessa forma, a decisão do governo é não ter mais esse tipo de relação contratual. Esses acordos serão substituídos pela contratação de médicos equatorianos”, ressaltou.
Nos próximos dias, as autoridades equatorianas analisarão se as vagas deixadas pelos médicos cubanos serão preenchidas. Se ainda houver vagas para alguma especialidade, “qualquer tipo de alternativa” será avaliada para que o sistema de saúde não fique “desprotegido”, argumentou a ministra.
A medida vem após os recentes protestos que aconteceram no Equador no início de outubro. Durante esse período, houve um fluxo incomum de estrangeiros para o país com passaporte oficial de Cuba, o que gerou preocupação entre alguns setores.
Romo descreveu que essa informação foi analisada pelo Ministério das Relações Exteriores do Equador e a Embaixada de Cuba, que revelaram que a maioria das pessoas dessa nacionalidade entraram no país como parte do acordo de saúde.
(Com EFE)