Londres, capital da Inglaterra, ficou quase paralisada desde que a pandemia de coronavírus se propagou entre os habitantes no início do ano passado. Enquanto a população se isolava em casa para proteger-se do vírus, contudo, uma outra praga se alastrou pelas ruas londrinas. O lockdown produziu um boom de até 78% no avistamento de ratos, segundo a Associação Britânica de Controle de Pragas (BPCA).
Como muitos restaurantes e prédios de comerciais no movimentado centro da cidade permanecem vazios, os ratos ou se alojaram nos tetos abandonados, ou migraram para áreas residenciais em busca de alimento. Passando muito mais tempo em casa, famílias têm aumentado a produção de lixo – gerando um banquete para os roedores.
Durante o primeiro lockdown, em abril de 2020, a BPCA disse que seus 700 membros relataram um aumento de 51% na atividade de ratos. O aumento de 78% ocorreu depois, em novembro. Neste ano, as empresas de controle de pragas já relataram que avistamentos aumentaram.
A prefeitura não parece ter um plano abrangente. Segundo a emissora americana CNN, não há dados públicos sobre o assunto: este é o trabalho de cada um dos 32 bairros da capital, disse o gabinete do prefeito. Mesmo assim, não são todos os bairros que coletam informações sobre ratos e oferecem serviços de controle de pragas.
Em 2017, um relatório apelidado de “Terra dos Ratos”, apresentado na Assembleia da Grande Londres, revelou que mais de 100 reclamações por dia eram registradas nos Conselhos da Prefeitura.
Não se sabe ao certo quantos ratos existem em Londres, embora algumas pesquisas privadas de exterminadores afirmem que a população pode chegar a 20 milhões. Além disso, eles se multiplicam rapidamente; um casal reprodutor pode levar ao nascimento de 1.250 ratos por ano. Uma coisa é certa: há mais roedores do que humanos – cerca de nove milhões de pessoas vivem na cidade.
Segundo empresas de controle de pragas, também está aumentando o tamanho dos ratos, que podem chegar a 40 centímetros de comprimento e requerem armadilhas mais fortes e mais veneno. Não bastasse isso, os roedores parecem estar ficando mais confiantes à medida que se acostumam a ter menos pessoas por perto.
O jornal britânico The Guardian também alerta para a possibilidade de que, quando voltarem aos escritórios abandonados, trabalhadores possam encontrar no teto ninhos de ratos que entraram pelos banheiros.
No ano passado, foi previsto que, em todo o Reino Unido, a pandemia permitiu que mais 30 milhões de ratos se reproduzissem. O portal Pest.co.uk estima que toda a população de ratos britânica cresceu 25% em 2020, elevando o total de 120 milhões para 150 milhões.
Por enquanto, só é possível prevenir-se, seguindo recomendações para descarte adequado de resíduos alimentares, além de guardar comida em lugares fechados dentro de casa. Pontos de entrada da casa, como calhas e saídas de ar, devem ser vedados com tela de aço e as rachaduras, preenchidas.
Durante os primeiros bloqueios nacionais contra o coronavírus, uma série de histórias divertidas sobre a natureza retornando às cidades preencheram a mídia: golfinhos foram avistados nos canais de Veneza, pumas perambulavam por complexos de apartamentos em Santiago, javalis vasculharam lixeiras em Haifa.
Mas os ratos estão em uma categoria diferente. O tabloide britânico The Sun já está alertando sobre um “RATARMAGEDDON” em 2021, quando “RATOS MUTANTES” invadirem casas e escritórios.