A operadora de rede elétrica Ukrenergo informou nesta terça-feira, 9, que mais de mil cidades e vilarejos na Ucrânia estão sem energia, consequência do enfraquecimento do sistema elétrico local pelos ataques aéreos da Rússia contra o país. Ao todo, nove regiões foram afetadas pelo transtorno em meio ao congelante inverno, com termômetros marcando -15°C em diferentes partes do território.
“Atualmente, a eletricidade é suficiente para abastecer todos os consumidores comerciais e domésticos. Mas um grande aumento no consumo cria uma carga adicional nas centrais, que já estão a operar no máximo, e precisam de aumentar a produção muito rápido e isso pode levar a interrupções tecnológicas”, disse a empresa, que apelou para que os cidadãos economizassem no uso.
Os ucranianos têm dependido dos aquecedores de suas casas para resistirem às temperaturas extremas, levando ao aumento de 5,8% no consumo de energia nesta terça-feira. A nevasca e os fortes ventos provocaram danos às redes de distribuição e, ao mesmo tempo, dificultaram os trabalhos de reparação.
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No escuro
Vitaliy Kim, governador da região de Mykolaiv, disse que os cabos de energia foram envoltos por mais de 5 cm de espessura de gelo. Por lá, 215 cidades e vilarejos estão no escuro. Donetsk e Kherson, anexadas pela Rússia em 2022, também enfrentam problemas. Além disso, Kharkiv, localizada ao leste, está sem energia, acrescentou a Ukrenergo.
Sem saída interna, a Ucrânia importou eletricidade da Romênia e Eslováquia, na tentativa de atender à intensa demanda.
Usando milhares de drones e mísseis, Moscou atacou o sistema elétrico de Kiev no último inverno, quando o país enfrentou uma série de apagões em milhares de casas. Por isso, muitas usinas termelétricas, um terço da produção do país, foram destruídas.
Com a guerra se arrastando para o seu segundo ano, sem perspectivas de cessar-fogo, as instalações ainda estão em processo de reparação. A energia solar, por sua vez, é incapaz de suprir as necessidades locais devido ao mau tempo.