Mesmo com o risco de uma nova onda de infecções por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, os eleitores da Coreia do Sul compareceram em peso para as eleições parlamentares nesta quarta-feira, 15. As pesquisas de boca de urna dão larga vitória ao governista Partido Democrático (DP) e à sigla aliada Partido Cívico Unido (CTP).
Sob regras restritas de distanciamento e a obrigatoriedade do uso de máscaras protetoras, cerca de 63% da população foi às urnas decidir o futuro político do presidente, Moon Jae-in, que viu sua popularidade aumentar devido à resposta de seu governo a pandemia de Covid-19.
Enquanto o resultado oficial não é divulgado, uma pesquisa de boca de urna divulgada pelas emissoras de televisão KBS, MBC e SBS apontou que a coalizão entre a sigla governista e a CTP conseguirá conquistar até 178 das 300 cadeiras da Assembléia Nacional. O maior partido de oposição, o conservador União do Futuro, poderá ficar com até 109 cadeiras, segundo as mesmas pesquisas.
Na Presidência desde 2017, após a queda da ex-presidente Park Geun-Hye devido a um escândalo de corrupção, Moon viu sua popularidade derreter com um desempenho na economia abaixo do esperado e com sua política de aproximação com a Coreia do Norte. Setores conservadores consideram que a iniciativa falhou uma vez que o regime do norte continua a desenvolver mísseis balísticos e armas nucleares.
Em janeiro, quando a pandemia era apenas um surto local na China, a aprovação do partido do presidente havia caído de 41% para 37%, enquanto Moon via sua aprovação diminuir de 50% para 44.7% ainda início da crise. Dias antes das eleições, no entanto, o índice de aprovação do DP voltou aos 41% e o de Moon subiu para 54,4% – o maior em 17 meses.
Durante a crise a do coronavírus na Coreia do Sul, o governo criou políticas para testar em massa a população e adotou medidas restritivas. No total, foram realizados mais de 500.000 exames. Mesmo com a proximidade com a China e com o fato de ter sido um dos primeiros países infectados, a Coreia do Sul controlou a propagação do vírus. No total, o país teve 10.591 contaminados, dos quais 7.616 pessoas já se recuperaram e 225 morreram, segundo levantamento em tempo real da Johns Hopkins University.
No mundo, a pandemia já atingiu mais de 2 milhões de pessoas, sendo que 507.330 foram curadas. Outras 130.528 morreram. O pior cenário continua sendo o dos Estados Unidos, com 614.482 casos e 27.085 mortes. Já a China, onde a crise teve seu início, teme uma segunda onda de infecções. Com a capital trancada para os próprios chineses, o governo começou a registrar novos casos importados da doença no norte do país.