Em meio a crítica, Biden culpa Trump pelo fim do direito ao aborto nos EUA
O presidente dos EUA se pronunciou após Trump publicar vídeo defendendo que cada estado seja responsável por estabelecer leis sobre o procedimento
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou seu adversário Donald Trump nesta segunda-feira, 8, depois que o candidato republicano publicou um vídeo defendendo que o direito ao aborto deveria ser uma decisão de cada estado.
Biden afirmou que Trump gerou “a crueldade e o caos que envolveu os Estados Unidos” desde que a a Suprema Corte derrubou, em 2022, a decisão judicial que permitia a interrupção legal da gravidez no país, historicamente conhecida como “Roe vs Wade”.
“Quando ele destruiu Roe vs Wade, ele destruiu um direito fundamental”, disse Biden em comunicado, referindo-se a Trump. “Como direito fundamental, não importava onde você morava. Foi concedido a você como americano, não como residente de qualquer estado.”
O que disse Trump
Em vídeo publicado por Trump nesta segunda-feira, ele assumiu os créditos pela decisão da Suprema Corte que revogou Roe vs Wade e defendeu o novo modelo de legislação, que permite que cada estado decida se vai ou não legalizar o aborto. A declaração do ex-presidente ocorreu depois de ele ter indicado que apoiaria uma proibição nacional do procedimento a partir das 15 semanas de gestação, gerando pressão para que ele se pronunciasse sobre o assunto.
“Não há nada mais antiamericano do que ter nossas liberdades pessoais tiradas. E foi isso que Donald Trump fez”, acusou Biden.
Decisão por estado
A medida da Suprema Corte que delegou as leis sobre o aborto aos estados americanos foi criticada de todos os lados. Enquanto os progressistas defendem uma garantia nacional de direitos, ativistas conservadores pedem uma proibição total.
Biden afirmou que o sistema em vigor já poderia tornar o aborto ilegal, porque pode vetar o procedimento “antes de muitas mulheres saberem que estão grávidas” Ele citou o plano da Florida, de proibir a interrupção da gravidez a partir da sexta semana, como exemplo.
Apesar de Trump não ter afirmado se apoia ou não as proibições estatais, a campanha de Biden deve usar o discurso do adversário para reforçar sua defesa ao direito ao aborto, elemento central da sua campanha de reeleição.