O primeiro-ministro britânico David Cameron acusou nesta quinta-feira o ex-premiê trabalhista Gordon Brown de preparar uma ‘enganosa e injustificada teoria conspiratória’ sobre um acordo entre o seu partido, dos conservadores, com o grupo News International. A acusação foi feita em um depoimento de Cameron perante a comissão que investiga as práticas da imprensa britânica pelo escândalo das escutas telefônicas no jornal News of the World, propriedade do grupo do magnata Rupert Murdoch.
Entenda o caso
- • O tabloide News of the World recorria a detetives e escutas telefônicas em busca de notícias exclusivas – entre as vítimas estão celebridades, políticos, membros da família real e até parentes de soldados mortos.
- • Policiais da Scotland Yard também teriam sido subornados para fornecer informações em primeira mão aos jornalistas.
- • O escândalo forçou o fechamento do jornal sensacionalista, que circulou por 168 anos e era um dos veículos do grupo News Corp., do magnata Rupert Murdoch.
- • Agora, a polícia investiga uso de grampos ilegais em outros jornais britânicos.
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Brown disse à comissão que os conservadores concordaram em cortar incentivos financeiros à rede BBC em troca de apoio político dos jornais da News International, pertencente a Murdoch. Cameron, no entanto, classificou a alegação de Brown como um ‘absurdo completo’ e disse que nunca trocou uma política por apoio da imprensa.
As suspeitas recaem sobre Cameron porque ele é amigo da ex-diretora da News International Rebekah Brooks, presa por responsabilidade nos grampos, e por ter contratado o ex-editor do News of The World Andy Coulson como seu assessor. O primeiro-ministro disse que não houve ‘acordos, ofertas secretas, acenos ou piscadelas’ com a empresa. No entanto, admitiu ter mantido conversas com editores, nas quais teria dito que ‘adoraria ter mais apoio dos jornais’.