Figurinha carimbada nos comícios de Donald Trump, o bilionário Elon Musk disponibilizou um Cybertruck, a tecnológica picape da sua montadora, a Tesla, para que jovens americanos pichassem mensagens de apoio ao candidato republicano nesta terça-feira, 5, dia da eleição à Presidência. O veículo, que rapidamente ganhou um grande grafite nas cores da bandeira dos Estados Unidos na parte de trás, foi estacionado em frente à Trump Tower, em Nova York.
O dono da Tesla e do X, antigo Twitter, atuou como o principal apoiador da candidatura republicana à Casa Branca. Com isso, ganhou a confiança do ex-presidente e, ao que tudo indica, conseguirá um cargo “influente” no governo caso seu aliado seja eleito, como já sugeriu Trump. Ao todo, ele doou mais de 118 milhões de dólares para o America PAC, seu comitê de ação política pró-Trump, segundo registros da Comissão Eleitoral Federal.
O grupo se tornou influente na campanha nos chamados swing states — Michigan, Wisconsin, Pensilvânia, Arizona, Geórgia, Nevada e Carolina do Norte —, onde as preferências entre democratas e republicanos se alternam.
Com a proximidade das eleições, as postagens de do empresário levantaram preocupações sobre a veracidade do que é publicado por ele nas redes sociais e a influência dessas plataformas no pleito.
Uma análise do Center for Countering Digital Hate (CCDH), uma organização sem fins lucrativos que monitora a desinformação nas redes sociais, mostrou que Musk fez 87 postagens no X contendo alegações falsas sobre a eleição americana, todas desmentidas por verificadores de fatos. Os posts somam mais de 2 bilhões de visualizações, o que fez com que o magnata recebesse o título pelo CCDH de “um maiores disseminadores de desinformação relacionada às eleições” na reta final do processo democrático.
+ Posts enganosos de Musk sobre eleição somam mais de 2 bilhões de visualizações no X
Outras polêmicas
Na semana passada, Musk foi processado pelo gabinete do promotor público da Filadélfia, Larry Krasner, por “administrar uma loteria ilegal” para convencer eleitores registrados em estados indecisos dos EUA. Ele prometeu, e cumpriu, sorteios diários de 1 milhão de dólares (mais de 5,7 milhões de reais) até o dia das eleições, em 5 de novembro, para pessoas que assinassem uma petição on-line em apoio à Constituição americana.
Krasner colocou Musk, a Tesla e o America PAC no banco de réus. No processo, o empresário é acusado de manipular “cidadãos da Filadélfia – e outros estados indecisos nas próximas eleições – a fornecer suas informações de identificação pessoal e fazer uma promessa política em troca da chance de ganhar 1 milhão de dólares”. Não surtiu efeito. Na última sexta-feira, juiz Angelo Foglietta decidiu manter os sorteios.