Economista tenta resolver equação em avião – e é acusado de terrorismo
Nos Estados Unidos, passageira do voo da American Airlines confundiu os símbolos matemáticos com uma mensagem extremista em árabe
Um economista italiano foi retirado de um voo da American Airlines e interrogado por autoridades americanas no último sábado, acusado de terrorismo. Guido Menzio, professor da Universidade da Pensilvânia, tentava resolver uma equação matemática antes da decolagem quando a passageira que estava ao seu lado achou que os símbolos matemáticos eram, na verdade, uma mensagem escrita em árabe com teor terrorista – e decidiu denunciá-lo à tripulação.
Ao olhar para o bloco de notas do economista, a passageira fingiu estar passando mal e entregou um bilhete para uma aeromoça, denunciando a atitude suspeita de Menzio. O professor foi chamado para a parte da frente do avião e foi questionado pelo piloto e por um funcionário. “Eu pensei que eles estavam tentando obter pistas sobre a doença dela”, disse o professor à agência Associated Press. “Em vez disso, eles me dizem que a mulher estava preocupada pois achava que eu era um terrorista, já que eu estava escrevendo coisas estranhas em um bloco de papel.”
Menzio, 41 anos, foi escoltado do voo que estava prestes a ir de Syracuse, na Filadélfia, para Ontario, no Canadá, onde daria uma palestra. Ele foi interrogado por agentes de segurança não identificados, mas conseguiu convencê-los de que a linguagem em que escrevia era a matemática, mais precisamente equações diferenciais. O professor voltou ao avião, que decolou com duas horas de atraso – e sem a presença passageira cujas suspeitas geraram a confusão.
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O porta-voz da American Airlines Casey Norton confirmou o incidente ao jornal The Washington Post, afirmando que a companhia aérea, sempre que há conflitos entre passageiros, tenta “resolver de forma pacífica”, mesmo que isso signifique mudar os envolvidos de assento ou voo.
De acordo com o Washington Post, a aparência do professor, de cabelos escuros e pele morena, e a concentração com que ele trabalhava nos ‘rabiscos’, ignorando conversas alheias, teriam alimentado as suspeitas da passageira.
(Da redação)