O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite desta sexta-feira que ordenou ataques aéreos na Síria. A ação americana está sendo realizada em conjunto com a França e com o Reino Unido e é uma resposta ao suposto uso de armas químicas pelo regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, que deixou dezenas mortos e centenas de feridos no país no último fim de semana em um dos últimos redutos rebeldes do país, a cidade de Duma, nas proximidades de Damasco.
Os bombardeios começaram ainda enquanto Trump e a premiê britânica, Theresa May, anunciavam a ação coordenada.
“Há pouco tempo ordenei que as forças armadas dos Estados Unidos lancem ataques precisos a alvos associados à capacidade de armamento químico do ditador sírio, Bashar al-Assad. A operação, combinada com as forças armadas de França e Reino Unido, está em curso no momento”, anunciou Trump, segundo o qual a intenção do ataque é “estabelecer um forte impedimento contra a produção, disseminação e uso de armas químicas”.
“Estamos preparados para manter essa resposta até que o regime sírio pare com o uso de reagentes químicos proibidos. Também tenho uma mensagem aos dois governos que apoiam a Síria, Irã e Russia: que tipo de nação quer estar associada a um governo que mata mulheres, crianças e homens de forma massiva?”, afirmou Trump, que ainda classificou Assad como “ditador brutal e assassino”.
O presidente americano afirmou que o ataque químico sírio é resultado do “fracasso” da promessa do presidente russo, Vladimir Putin, de que acabaria com as armas químicas do regime de Bashar al-Assad. “Putin prometeu que ia acabar com as armas químicas da Síria. Os ataques são reflexo do fracasso da Rússia em cumprir essa promessa”, declarou o republicano em seu pronunciamento.
Na quarta-feira (11), Trump comentou que a Rússia tinha dito que derrubaria quaisquer mísseis disparados na Síria. “Fique preparada, Rússia, porque eles virão, belos e novos e ‘inteligentes’!”, afirmou. A declaração do líder americano gerou uma resposta da porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, segundo a qual “mísseis inteligentes deveriam voar na direção de terroristas, e não na direção do governo legítimo, que tem combatido o terrorismo internacional em seu território por diversos anos”.
Na quinta-feira (12), Donald Trump havia recuado sobre a posição. Por meio de sua conta no Twitter, o republicano publicou que “nunca disse quando um ataque à Síria ocorreria. Pode ser muito em breve ou não tão breve assim! Em todo caso, os Estados Unidos, sob minha administração, fizeram um grande trabalho de livrar a região do ISIS (sigla do Estado Islâmico). Onde está o nosso ‘Obrigado América?’”, ironizou.