Dois militares americanos morrem no Afeganistão
Mais cedo, três pessoas morreram e 47 ficaram feridas durante o quinto dia de protestos contra a queima de cópias do Corão por soldados americanos
Dois militares americanos morreram a tiros neste sábado enquanto se reuniam no prédio do Ministério do Interior do Afeganistão, informou à agência de notícias EFE o chefe da brigada criminal de Cabul, Mohammed Zahir. “Dois cidadãos dos Estados Unidos foram assassinados por um afegão, mas ainda não se sabe a identidade do agressor”, disse Zahir. As mortes acontecem no quinto dia de manifestações contra a queima de cópias do Corão em uma base militar americana.
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Alguns meios de comunicação locais informam que as vítimas são um major e um coronel do exército dos Estados Unidos, membros da força da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão. Sem mencionar suas fontes, o noticiário local também destaca que houve uma discussão verbal durante a reunião.
“Informações iniciais indicam que um indivíduo disparou contra membros da missão da Otan no Afeganistão em Cabul e que matou dois deles”, anunciou a organização militar em um breve comunicado de imprensa. De acordo com a agência de notícias afegã Tolo, após o incidente, um contingente da Otan cercou o prédio do Ministério do Interior, situado no centro de Cabul. A polícia interditou a circulação de pessoas na área.
Mais cedo, três pessoas morreram e 47 ficaram feridas quando milhares de manifestantes cercaram e tentaram invadir um complexo da ONU em Kunduz (norte do Afeganistão) para protestar pela mesma razão: a queima do Corão. “Houve confrontos entre os manifestantes e a polícia. Os manifestantes tentaram invadir o complexo, mas a polícia os impediu”, declarou Sarwar Husaini, porta-voz da polícia em Kunduz.
Os confrontos prosseguiam entre manifestantes e as forças de segurança em Kunduz, onde as forças especiais da polícia protegem o complexo da ONU cercado pelos manifestantes, que incendiaram lojas, veículos e bens públicos em toda a cidade. Denise Jeanmonod, porta-voz da missão da ONU no Afeganistão, a Unama, confirmou o incidente e explicou que a missão está avaliando a situação, sem dar maiores detalhes para “preservar a segurança de seus funcionários presentes no local”.
Vinte e sete pessoas morreram nos quatro primeiros dias de manifestações no Afeganistão e mais de cem ficaram feridas nos protestos antiamericanos.