Os advogados do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmaram na segunda-feira 9 que documentos confidenciais foram encontrados em um de seus escritórios particulares, da época em que ele era vice-presidente de Barack Obama.
Segundo os advogados do líder americano, a papelada do governo foi encontrada em novembro, durante o fechamento do escritório Centro Penn Biden para Diplomacia e Engajamento Global, com sede em Washington. Os representantes do presidente explicaram que Biden usava o espaço quando era professor honorário da Universidade da Pensilvânia, de 2017 a 2019.
De acordo com a emissora americana CNN, não está claro a quem pertencem os documentos, ou por que eles foram levados ao escritório particular de Biden. Por lei, pessoas que ocupam cargos federais são obrigadas a se desfazer de documentos oficiais e registros secretos ao fim do mandato – mesmo que assuma outro cargo público.
+ Biden reforça apoio após invasões em Brasília e convida Lula a Washington
Em comunicado oficial, o conselheiro especial do presidente Biden, Richard Sauber, disse que a Casa Branca está “cooperando com o Arquivo Nacional e o Departamento de Justiça em relação à descoberta do que parecem ser registros do governo Obama-Biden, incluindo um pequeno número de documentos secretos”.
No dia 2 de novembro de 2022, data em que os documentos foram descobertos, o Gabinete do Advogado da Casa Branca notificou o Arquivo Nacional. “Desde essa descoberta, os advogados pessoais do presidente cooperaram com o Arquivo e o Departamento de Justiça para garantir que todos os registros do governo Obama-Biden estejam adequadamente na posse do Arquivo”, acrescentou Sauber.
Os documentos incluíam alguns arquivos ultrassecretos com a legenda “informações compartimentadas sensíveis”, também conhecidas como SCI, na sigla em inglês, que designa informações altamente confidenciais obtidas de fontes de inteligência.
+ Questão imigratória esquenta e Biden faz 1ª visita a fronteira com México
A investigação está sendo comandada pelo procurador dos Estados Unidos em Chicago, John Lausch Jr. Nomeado por Trump em 2017, ele foi um dos poucos funcionários da antiga administração que não foi demitido após a posse de Biden.
A descoberta sobre Biden ocorreu quando o advogado especial Jack Smith, está investigando o ex-presidente Donald Trump por supostamente ter levado documentos secretos da Casa Branca para seu resort e residência Mar-a-Lago, na Flórida. Investigadores federais recuperaram pelo menos 325 registros do resort.
“O presidente Biden tem criticado muito o presidente Trump por levar por engano documentos confidenciais para a residência ou qualquer outro lugar e agora parece que ele pode ter feito o mesmo. Que ironia”, comentou o deputado republicano James Comer, do Kentucky, que deve se tornar o presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, responsável pelo Arquivo Nacional.
+ EUA: Trump tentou esconder arquivos secretos, diz Departamento de Justiça
A história, contudo, parece ter sido um pouco diferente com o ex-presidente republicano. O Arquivo Nacional percebeu que faltavam registros importantes e precisou negociar sua devolução com a equipe de Trump. O ex-presidente devolveu 15 caixas de materiais, muito menos do que as depois encontradas pelo FBI.
Depois, os promotores do Departamento de Justiça obtiveram uma intimação do grande júri e mais tarde obtiveram a permissão de um juiz para revistar Mar-a-Lago, para encontrar mais documentos.